O melhor (e pior) do Palmeiras é o palmeirense

A turma do Amendoim foi longe demais

Gabriel Paes
Arquibancada OCA
3 min readApr 25, 2018

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O Palmeiras enfrenta hoje à noite o Boca Juniors, na Argentina, naquela que é a partida mais importante do clube até aqui na temporada. A Copa Libertadores, nossa maior obsessão, proporciona os jogos em que a nossa torcida mais festeja, pois todos anseiam pela segunda taça.

Após um 2017 frustrante (eu sei, já cansamos de ouvir), entramos em 2018 com a mesma receita do ano passado, só que dessa vez estamos muito mais preparados. Contratamos um técnico inexperiente, mas estudioso e bom articulador; temos três dos melhores camisas 10 em atividade no futebol brasileiro, sem contar Scarpa e a torcida, mesmo sendo forçada a gastar o que não tem para ver os jogos do time, faz sua parte. Na verdade, nem todos.

Já falamos sobre o descaso da diretoria quanto à nossa essência. Mas dessa vez, errados estão os que se dizem torcedores e viajaram até a Argentina para vaiar o time. O principal alvo desses cretinos é o nosso capitão, Dudu:

Há quem inclusive peça a saída do jogador do clube. Devem ter se esquecido que, no ano de nosso centenário, na inauguração do Allianz Parque, nosso ataque tinha Mazinho — que deu lugar ao argentino Mouche durante a partida.

  • Dudu foi campeão da Copa do Brasil em 2015, marcando os dois gols do time na final;
  • Foi campeão brasileiro em 2016 como capitão do time;
  • E por fim, do ano de 2017, é uma das poucas lembranças positivas. Ele não some quando precisamos dele.

Será que essas pessoas realmente acham que vaiar o jogador pode fazer ele jogar bem? Faz muito tempo que um time brasileiro não ganha em La Bombonera e nós precisamos dessa vitória. O único time que conseguiu ganhar sem sofrer gols foi o Paysandu, há 14 anos.

O time, acima de tudo nesse momento, precisa de apoio.

“Mas eles ganham salários astronômicos, não podem ficar tristes nunca e blá blá blá” — Turma do Amendoim

Você nunca teve um dia ruim no trabalho? Uma fase ruim? Não têm seus próprios motivos e chateações, todos os dias? Jogadores de futebol são seres humanos tratados como divindades, assim como os políticos são no Brasil: muito mais holofote do que construção social.

Cansei de esbravejar contra quem nem vai me ouvir e tenho que me concentrar: os dias de libertadores me deixam com um sentimento como poucos outros dias no ano. Guardem as críticas, no mínimo, para depois do apito final.

E Avanti, Palestra.

ARQUIBANCADA OCA apresenta: “Aqui é Palestra, cazzo!”, uma coluna do Palmeiras.

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Gabriel Paes
Arquibancada OCA

Cultivo especial aversão ao homem-de-bem, à família tradicional e ao Brasil que deu certo.