Foto: Gabriel Paes

O Porco grita Marielle.

Torcedores da “Eu grito Porco” protestaram no encontro paulistano em memória de Marielle

Gabriel Paes
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3 min readMar 16, 2018

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Foto: Gabriel Paes

Na quinta-feira (15), milhares de pessoas se reuniram por todo o Brasil para prestar homenagens à vereadora Marielle, executada no Rio de Janeiro em pleno cenário de intervenção militar.

A ativista havia denunciado o BPM de Acaraí por uma série de abusos policiais, então acredita-se que o crime foi encomendado.

Presentes na manifestação, a torcida palmeirense “Eu grito Porco” integrou o coro pedindo justiça à Marielle. Segundo Anna, integrante do coletivo palestrino, o caráter militar da polícia no Brasil dificulta um diálogo amplo da sociedade como um todo:

“O que nós sentimos, ao participar de atos políticos com o pessoal que está sempre presente nos jogos, é que a PM é muito dura quando lida com o cidadão. O treinamento militar que a polícia recebe não é adequado para tratar uma sociedade civil e democrática como a nossa.”

A Policia Militar do Brasil, além de ser a que mais mata e morre no mundo, é responsável por cuidar do crime e também da segurança dos eventos esportivos. Se o torcedor é revistado ao entrar no estádio — e é proibido por lei portar qualquer instrumento que proporcione a violência — por quê os aparatos de repressão da polícia são letais?

“Se acontece um foco de briga no meio de uma multidão, como diversas vezes acontece em atos políticos e jogos de futebol, a polícia acaba causando mais confusão, gerando um efeito negativo tanto para eles quanto para os torcedores. Precisa existir um outro tipo de treinamento, para que o tratamento aos demais também seja diferente.”

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“Entendemos que entramos na democracia, mas a polícia não acompanhou esse avanço político. Hoje, com a democracia abalada, parece que eles se sentem no poder de agir de forma ainda mais truculenta.”

Anna completa pedindo a ocupação dos espaços públicos, para afirmação das pautas e dos movimentos sociais:

“Temos que ocupar os espaços públicos para fazer nossa voz chegar o mais longe possível. Nós estamos juntos nessa pauta progressista. Semana passada teve a questão do ‘De Lucca’, que recebeu muitas ofensas homofóbicas nas redes sociais, justamente quando reclamava da homofobia. Precisamos ampliar o debate sobre intolerância na sociedade, mas queremos estar em sintonia no ambiente do estádio e da política.”

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ARQUIBANCADA OCA apresenta: “Aqui é Palestra, cazzo!”, uma coluna do Palmeiras.

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Gabriel Paes

Cultivo especial aversão ao homem-de-bem, à família tradicional e ao Brasil que deu certo.