Páscoa com chocolate meio amargo

Luigi Primavera
Arquibancada OCA
Published in
3 min readApr 2, 2018
(Foto/Site oficial do Cruzeiro)

Acredito que a maioria dos cruzeirenses é bastante grata ao Henrique, nosso atual capitão. Além da raça e dedicação, nunca faltaram ao volante o cumprimento de funções táticas. É com certo peso no coração que as próximas palavras serão proferidas, sobretudo por estarem em caixa alta: NÃO DÁ MAIS, O HENRIQUE NÃO PODE SER TITULAR DO CRUZEIRO!

Talvez por conta da idade já um pouco avançada do jogador (32 anos), talvez por não conseguir mais acompanhar o ritmo do futebol moderno, talvez por um jogador “nota 7” não servir mais para um clube como o Cruzeiro, mas a questão é que a volância precisa urgentemente de um novo homem. O clube celeste conta com várias boas peças para a posição, de modo que uma alteração não seria prejudicial ao clube, muito pelo contrário.

Lucas Romero, El Perro Azul, é um dos que pedem passagem há muito tempo! Ninguém entende o motivo de Mano Menezes não o ter colocado de primeiro volante. Tudo bem que, quando Mano chegou ao Cruzeiro, o jogador não estava pronto para o estilo de jogo que o novo técnico propôs. Entretanto, com poucos meses o volante estava pronto para uso, sendo que a titularidade absoluta nunca aconteceu. Esse ano, Lucas Romero foi muito utilizado na lateral direita, rendendo muito bem em todos os jogos. Pronto para abraçar a titularidade, El Perro é um volante de marcação intensa e bom toque de bola, além de ser muito querido pela torcida.

Há quem diga que Egídio é mal compreendido, que ele é sim muito bom, mas em outro esporte. Boatos de que ele é fera na purrinha! A verdade é que um lateral profissional não pode ser tão ineficaz defensivamente. Saber apenas apoiar nos ataques não é o suficiente para um jogador de um clube do porte do Cruzeiro. Cada um dos três gols sofridos no jogo contra o Atlético-MG teve uma parcela de culpa do jogador.

Por falar no jogo, não existem palavras para descrever perfeitamente essa mistura de ódio e tristeza que este jogo me proporcionou. Ao que parece, o Atlético assistiu ao jogo do Cruzeiro contra o Racing e tentou, com sucesso, replicar a estratégia do time argentino. Não dá para aceitar 3 gols oriundos de bola parada, mesmo se do outro lado existir um jogador com essa especialidade, no caso, Rómulo Otero. O Cruzeiro precisa aumentar sua consistência defensiva imediatamente, ou o sonho de reconquistar a América vai ser adiado mais uma vez.

Ainda essa semana, o clube mineiro enfrentará na Libertadores um Vasco embalado pela vitória no 1º jogo da final do carioca. Mano Menezes tem que dar um jeito nesse time, seja treinando a bola parada incessantemente, seja invocando o espírito da última Copa do Brasil. O importante é resolver o problema da solidez defensiva, já que com o ataque os torcedores estão, de certa forma, despreocupados, mesmo tendo perdido seu principal atacante para o resto da temporada.

Sem Fred, que rompeu dois ligamentos do joelho direito no jogo contra o Tupi, pelo campeonato mineiro, o Cruzeiro conta com 3 boas opções para a posição, cada uma com suas características e peculiaridades. Raniel, Rafael Sóbis e Sassá disputam a titularidade do clube celeste, tendo a missão de dar muitas alegrias ao torcedor cruzeirense esse ano.

Espero que esse chocolate meio amargo que o Atlético nos proporcionou nessa páscoa sirva para que o time do Cruzeiro mude sua conduta. O que foi visto nesse domingo definitivamente não é o que um time campeão precisa mostrar. Faltou poder de reação. Faltou sangue no olho. Faltou atitude. Mano Menezes precisa repensar suas convicções e alterar urgentemente a postura do time. Que o chocolate recebido nessa páscoa não se repita ao longo do ano.

Força, Fred! Força, Cruzeiro!

ARQUIBANCADA OCA apresenta: “Ah, ser Cruzeiro, é bom demais!”, uma coluna do Cruzeiro.

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