Três canecos em quinze meses

Karyne Gheller
Arquibancada OCA
Published in
4 min readMar 3, 2018
Foto: Diego Vara/REUTERS

Que forma melhor de iniciar a coluna gremista da Arquibancada OCA, se não revivendo os últimos quinze meses do Imortal Tricolor? Desde a chegada de Renato Portaluppi, o Homem-Gol do Mundial de 1983, o Grêmio vai de vento em pompa.

Para esta retrospectiva, quero dar luz aos eventos mais importantes destes últimos tempos. Depois do famoso jejum de 15 anos, eis que, sob o comando de um dos melhores treinadores da história do time, o gigante acordou. Até agora foram três canecos levantados em quinze meses — para o deleite da torcida azul, branca e preta.

Renato Gaúcho estreou no comando do Maior do Sul em 2016, durante a Copa do Brasil. O time que havia iniciado o campeonato sob o comando de Roger Machado, teve o Homem-Gol como seu treinador no jogo de volta contra o Atlético-PR, nas oitavas, aclamado como herói pela nação tricolor! Após a final contra o Atlético Mineiro, com seu quinto título da competição, o Grêmio se tornou o Rei de Copas!

Mas a torcida gremista é exigente, sempre quer muito mais. E 2017 foi um ano incrível! Com a terceira melhor campanha da Libertadores, o Imortal jogou contra o Botafogo nas quartas, o Barcelona de Guaiaquil na semi e o Lanús na final. E que final! Eu jamais havia sentido algo como essa final, nunca vi nada igual. Apesar de estar longe do berço dos gremistas, foi nesse dia que senti que “o certo é que nós estaremos, com o Grêmio onde o Grêmio estiver”, mas que ele também vai conosco para onde vamos, porque mesmo com mil quilômetros de distância entre nossa casa e o local onde estou, pude sentir tudo que é o Grêmio ao lado de cerca de quinhentos gremistas com um amor descontrolado no coração de um dos bairros mais borrachos de São Paulo. E para quem disse que o tri da liberta não vinha, eis que ele veio em grande estilo!

Assim foi que chegamos ao mundial. Nunca vi gremistas tão felizes quanto nessa ocasião! Nossa estreia foi no dia 12 de dezembro, contra o Pachuca. Em um jogo equilibrado e um pouco nervoso, o Grêmio achou um gol na prorrogação com Everton. A ansiedade quase dominou por completo em alguns momentos, mas com esse gol e o cronômetro como amigos, os tricolores puderam respirar e encarar a final com ares de muito otimismo.

Mas a final, ai a final! Que jogo complicado. Fizemos a tal final contra aquele time que não se pode falar o nome se não aparece, tipo Valdemort de Harry Potter (real madrid, cof cof). A clássica garra gremista não faltou, os alentos foram os mais altos do estádio. A torcida mais linda do Brasil, aliada ao melhor futebol da América, não se deixaram passar despercebidos aos olhos do mundo inteiro. O estilo de jogo típico de Renato, as táticas usadas na final da liberta contra o Lanús estavam lá também. E cerca de 7 mil gremistas saíram de suas casas para ir aos Emirados Árabes ver nosso tricolor jogar. Admito que se eu pudesse, teria ido também! Entretanto, apesar da nossa garra, o real madrid achou um gol de falta com o Cristiano Ronaldo. A nossa valentia, em minha singela opinião, perpassou nosso nervosismo. Apesar de termos sido vice-campeões mundiais, e que obviamente isso não era o plano, conseguimos segurar o jogo. Tá certo que esse time ai não estava em sua melhor forma, existiam rumores de crise na diretoria e etc, mas mesmo assim: um time brasileiro, sul-americano, o melhor da América, conseguiu segurar o jogo pra não fazer feio na frente do mundo inteiro. Não estou dizendo que não existiu desespero. Porque existiu, e muito. Mas chegamos mais longe do que qualquer outro time brasileiro nos últimos anos. Tivemos alcance global.

Já em 2018, começamos o ano sabendo que as expectativas para nosso tricolor são altíssimas. Por pouco não acabamos com o planeta no ano passado! Foi por isso que, em minha visão, o Renato deu preferência a Recopa e não ao Gauchão. O que foi alvo de muitas críticas por parte da torcida, dividida entre, basicamente, duas opiniões: uma que dizia que era mais lógico Renato focar na Recopa e conquistar uma taça já no início do ano para dar um gás ao time e a torcida. A outra dizia que isso significava desistir do Gauchão, e que não poderíamos fazer isso pois ‘temos que ganhar tudo’ e o estadual é o futebol raiz. Achismos a parte, o que aconteceu foi que jogamos a Recopa contra o Independiente e ganhamos. Nos pênaltis, é verdade, mas ganhamos! Ainda nem começou março direito e já levantamos mais um caneco! Eis a campanha do Homem-Gol afrente do time Dono da América. Três taças em quinze meses! E queremos mais, sempre, muito mais. Dalhe Grêmio!

ARQUIBANCADA OCA apresenta: "Imortal", uma coluna do Grêmio.

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