Desvalorização: o desgoverno foi maior que o amor de Ana pela sala de aula
Reportagem de Andréia Ramires, Guilbert Trendt, Júlia Goulart, Liliane Franco e Maicon dos Santos.
Ana Paula Parizotto, 34 anos, formada em Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), ingressou no magistério em 2006, porém em 2015 tudo mudou. Se Formou em Gestão Financeira pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e decidiu abandonar a sala de aula para atuar na área da contabilidade.
O motivo para abandonar a profissão de professora foi o desinteresse dos alunos, a falta de incentivo do governo para a Educação e mudança na grade curricular, na qual os alunos são privilegiados, possuindo mais direitos e benefícios que os próprios educadores. Isso roubou a autonomia e liberdade do docente dentro da sala de aula, pois apenas frequentando as aulas o aluno é aprovado, sem a necessidade de se aprender, de fato, o conteúdo das disciplinas.
Ana relata que já sofreu com a violência de alunos, tendo acessórios de seu carro roubado dentro do pátio da escola onde dava aula em Novo Hamburgo.
“Eu não me arrependo de sair do magistério. Também não incentivaria nenhum conhecido, amigo ou parente a entrar nesse mercado de trabalho”, conta Ana Paula.
“Não há uma estrutura sólida oferecida pelo Estado, é necessário subsídios para o professor, incentivos, valorização e melhores condições de trabalho, pois não é um quadro negro e um giz que vão prender a atenção do aluno. É preciso melhores condições de trabalho”, conclui Ana Paula.
Confira o relato de Ana Paula Parizotto:
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