Quando do caos surge a oportunidade

Karoline Milbradt
Arquivo 11
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2 min readNov 23, 2018

Por Karoline Milbradt, Maria de Fátima Nunes, Mariana Santos e Thierre Cósta

As torres de alta tensão em Cachoeirinha sofriam com invasões e depredações . A população dos bairros mais humildes reclamavam do descaso das entidades perante a situação de quase abandono. Foi quando uma iniciativa mudou todo o cenário e transformou o município.

O Projeto Semear é uma parceria entre a Prefeitura da cidade e o Grupo Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), realizado desde 2006. A iniciativa copia um modelo de São Paulo e foi a pioneira no Estado. Atualmente o formato já foi exportado para diversas regiões do Rio Grande do Sul.

Crédito: Maria de Fátima Nunes

Antes do Projeto Semear os moradores sofriam com o acúmulo de lixo, hoje eles colhem frutas e verduras fresquinhas na porta de casa e sem pagar nada por isso. Cada família inscrita no projeto recebe uma área de cultivo e material. O único requisito é não utilizar nenhum defensivo agrícola, já que a proposta é a produção de orgânicos.

Também é possível participar de um dos cursos gratuitos ministrados pelo Senac para aprender as técnicas de plantação, mas geralmente os participantes já tem um conhecimento prévio já que em sua maioria são oriundos de zonas rurais.

Para o aposentado Leonar Porto Gomes, conhecido como Alemão, é uma nova oportunidade de desfrutar da vida que tinha antes de se mudar para a cidade:

‘’Eu me criei no interior plantando milho, criando galinha. Eu fiquei 29 anos trabalhando numa metalúrgica, agora que eu me aposentei é uma coisa que faz a gente se sentir vivo, mexer na terra, capinar.’’

Crédito: Maria de Fátima Nunes

O coordenador Sidinei Borges ou Sidão (como é conhecido na cidade) destaca a importância de expandir o Semear para mais áreas de cidade, hoje o projeto ocupa 150 hectares em três bairros, e alimenta cerca de 160 famílias. Mas o seu projeto pessoal é que cada pessoa tenha a oportunidade de se alimentar com qualidade e sem pagar mais caro por isso. A ideia é que a partir de 2019 a comunidade consiga fazer feiras com os produtos sobressalentes, alguns produtores já conseguem tirar uma renda com a produção extra.

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