Arte & História — Claude Monet, e a reflexão da “Transfiguração do Lugar Comum”.

nathanrosseto
ARTE e DESIGN
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5 min readOct 7, 2021
Impressão, nascer do sol, 1872 I https://santhatela.com.br/wp-content/uploads/2017/06/monet-impressao-d.jpg

Por Nathan Rosseto e @bernardogomes2519.

A obra escolhida pela dupla foi “Impressão, nascer do sol” realizada em 1872 pelo famoso impressionista Claude Monet. O quadro está exposto no Museu Marmottan Monet na França.

Claude Monet nasceu na França no ano de 1840 e é considerado um dos mais importantes pintores da Escola Impressionista.

Aos 15 anos ficou conhecido em sua cidade por fazer e vender caricaturas a fim de conseguir dinheiro para a compra de seus materiais de pintura. Sempre se interessou pela luz e cor e sob influência de gravuras japonesas de Hokusai começou a praticar a pintura ao ar livre, tornando-se um pintor paisagista, incomum na época.

Apesar da insistência de sua família, recusou-se ingressar na Escola de Belas Artes, e após seu serviço militar, Monet voltou para Paris com o intuito de estudar no ateliê de Charles Gleyre.

O impressionismo (movimento estético no qual Monet pertenceu) foi uma tendência artística francesa com ênfase na pintura que ocorreu no momento da chamada “Belle Époque”. Essa vertente é considerada o marco inicial da arte moderna e seu nome deriva-se da obra de Monet chamada “Impressão, nascer do sol” realizada em 1872.

O impressionismo foi um movimento artístico que passou a explorar, de forma conjunta, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista que sempre buscavam retratar em suas obras os efeitos da luz do sol sobre a natureza, por isso, quase sempre pintavam ao ar livre. A ênfase, portanto, era dada na capacidade da luz solar em modificar todas as cores de um ambiente. O impressionismo explora os contrastes e a claridade das cores, resplandecendo a ideia de felicidade e harmonia.
E além disso, as figuras não deveriam ter contornos nítidos e o preto jamais poderia ser utilizado; até as sombras deveriam ser luminosas e coloridas.

Para o emprego de determinadas cores, os pintores impressionistas usavam uma técnica chamada “mistura óptica”, que consiste em justapor cores diferentes sobre a tela (e não as misturar na paleta) para então sugerir uma nova cor aos olhos do espectador.

Escolhemos esse quadro pois além de ser a obra mais renomada de Monet é também o primeiro quadro considerado como a marca do surgimento do impressionismo, sendo apresentada na primeira exposição do Salão Impressionista, em 1874. A obra interessa-se pela luz e seus efeitos na natureza, proporcionando ao observador a sensação de sentir a umidade do ar e do calor crescente do sol.

Pela captação da impressão efêmera da cena, essa tela é considerada revolucionária para a época.

Reflexão com “A Transfiguração do Lugar Comum”.

A reflexão feita a edição brasileira do Prefácio do livro “A Transfiguração do Lugar Comum”, incluída com a primeira parte do texto “Obras de arte e meras coisas reais”, preza muito pelo conjunto de fatores, mas o chamou mais a atenção foi em relação ao intelectual, a filosofia e interpretação a obra de arte, como se fosse desenvolvida uma nova visão interpretativa para as obras de arte, fazendo elementos comuns e banais terem um novo olhar, um novo significado e contexto, conforme até mesmo supracitada nesta parte do livro:

“A interpretação de obras de arte é o cerne do exercício da crítica de arte. O crítico procura identificar o significado de uma obra e mostrar como o objeto em que o significado está corporificado efetivamente o incorpora. Uma definição tão simples de interpretação evidentemente deixa de lado uma grande parte do quadro observado, mas chamo a atenção para os dois termos operativos: obra e objeto. O problema fundamental da filosofia da arte é explicar como a obra se relaciona com o objeto. A obra é o objeto mais o significado, e a interpretação explica como o objeto traz em si o significado que o observador — no caso das artes visuais — percebe e ao qual reage de acordo com o modo como o objeto o apresenta. ”

No caso da obra de Claude Monet, poderia ser normalmente mais uma obra com uma paisagem qualquer, sem nenhum tipo de significado ou explicação, mas é necessário refletir, pois obras aparentemente comuns e banais para o ponto de vista de algumas pessoas, tem seus significados, e objetos elementares, como o exemplo do barco na pintura, tem o porquê de estar ali, e traz a pergunta à tona para ser refletida: Qual é o seu ponto de vista? Qual seria a visão do artista ao fazer a obra?

Outro assunto citado, principalmente na edição brasileira do Prefácio, foi em relação de estética e escolha de cores e sua influência e informação. No texto, foi utilizado exemplo de capas de livros e as cores, que seria uma identificação harmônica no que poderia ter de conteúdo de livro e o que ele passaria, e sempre utilizando cores sólidas. A técnica de “mistura óptica” utilizado nas obras impressionistas, consequentemente utilizada também na obra de Monet, consiste em juntar cores diferentes na tela, sem utilizar uma paleta determinada de cores, com isso, sugerindo um novo olhar para quem assiste e analisa a obra, dando partida a sua interpretação e o que a obra à reflete, dependendo do ponto de vista de cada indivíduo, abrindo um leque de informações.

A filosofia da obra traz completa influência, trazendo um aspecto até mesmo social, qual o efeito da obra, a reflexão, o sentimento por traz disso, sendo literalmente “A Transfiguração do Lugar Comum”. O que esse lugar teria de diferente? Qual é a mudança de pensamento ao ver esse lugar? Esse lugar traz alguma mensagem? Questões sobre a referência desse lugar são postas a mesa e a ter uma opinião própria.

Acho que todos os tópicos e reflexões abordadas nos textos sugeridos fazem ter ótimas conexões tanto com a obra estudada e citada de Monet, quanto até mesmo com a nossa reflexão sobre os textos. Questões como cores, objetos, interpretação fazem criar uma linha de raciocínio em conjunto, principalmente com o impressionismo, seus ideais, materiais, e formatos do segmento. Exemplo de pinturas impressionistas, como a “Noite Estrelada”, de Vicent Van Gogh também segue essa linha, principalmente em relação a técnica de Mistura Óptica, e usando a paisagem como forma de refletir, passando uma mensagem e que o espectador possa absorver e ter sua análise sobre a obra.

Noite Estrelada, Van Gogh, 1889 I file:///C:/Users/Natan/Pictures/van-gogh-produziu-a-noite-estrelada-quando-estava-internado-em-um-hospital-psiquiatrico-em-1889-na-franca-5aaa957cb5181.jpg

Fontes:

· https://arteeartistas.com.br/os-jardins-de-monet/

· https://www.suapesquisa.com/artesliteratura/impressionismo.htm

· http://www.blogletras.com/2014/11/os-misterios-de-impressao-nascer-do-sol.html

· http://blogimaginantes.blogspot.com/2017/07/impressao-nascer-do-sol-claude-monet.html#:~:text=A%20imagem%20proporciona%20ao%20observador,considerada%20revolucion%C3%A1ria%20para%20a%20%C3%A9poca.

· https://www.ebiografia.com/claude_monet/

· https://brasilescola.uol.com.br/artes/impressionismo.htm

Museu Marmottan Monet:

https://www.marmottan.fr/en/collections/claude-monet/

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nathanrosseto
ARTE e DESIGN

Estudante de Jornalismo, Influenciador digital e torcedor do Fluminense.