Confeitaria Colombo

Amanda Marcolini
ARTE e DESIGN
Published in
2 min readOct 14, 2021

Por Amanda Marcolini

Confeitaria Colombo em 1894
Confeitaria Colombo antes da reforma

Há mais de 125 anos foi fundada, na Rua Gonçalves Dias, considerada o coração do Rio, a Confeitaria Colombo. Foi um dos marcos na história da arquitetura do Rio, chegando ao nível de Patrimônio Cultural. Com as novas tendências vindas da Europa, o Brasil — principalmente o Rio de Janeiro, capital federal na época — passou a ser influenciado pelos novos ideais. Há quem diga que a modernidade cultural só chegou ao Brasil por meio da arquitetura. Por consequência, a Confeitaria Colombo passou por reformas entre os anos de 1912 e 1919, para agregar ao estilo da época: o Art Nouveau. Era um movimento internacional, com o objetivo de criar uma nova ideologia artística e deixar para trás a era vitoriana. As características desse movimento focam em um estilo exótico, na originalidade da forma, recebendo influências do rococó e barroco. Alguns dos elementos mais marcantes da Confeitaria são os imensos espelhos belgas, feitos de cristal e emoldurados por madeira de jacarandá. O piso de ladrilho português, enriquece o lugar. Com a reforma, a Confeitaria conseguiu se ampliar, e foi feito um segundo andar, para um salão de chá. Ao centro desse salão, temos uma abertura oval para o primeiro andar, para dar vista aos belíssimos vitrais da clarabóia francesa. Os frisos no teto trazem um tom mais elegante, relembrando traços renascentistas, também característica do movimento Art Nouveau.

Um dos belíssimos espelhos que vieram da Bélgica para enfeitar a Confeitaria

O Rio de Janeiro como capital do país precisava mostrar em suas ruas a importância desse título. Eduardo Bueno diz que a paisagem “era linda apenas vista de um navio”, reforçando a dificuldade que o Rio de Janeiro tinha para crescer. Nesse cenário, é possível interpretar que a Confeitaria Colombo foi fundada para sofisticar o centro do Rio. Na época, presenças ilustres como Machado de Assis, Juscelino Kubistchek, Olavo Bilac, Santos Dumont e até mesmo a Rainha Elizabeth já passaram pelos salões da Confeitaria. Era considerada um ponto de encontro dos maiores nomes da literatura brasileira, o que diz muito sobre o Rio de Janeiro da época, em busca de sua identidade cultural. Logo, logo, o centro da cidade receberia reformas, que se assemelham à incrível fachada da Confeitaria, tornando-o o que é hoje: uma viagem no tempo.

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