Uma leitura e alguns pensamentos: O verso dos trabalhadores
A semana começa com um novo livro. Um livro que mescla a sutileza da poesia com a dor da exploração no trabalho.Desculpem-me por não sugerir um leitura “fofa” em plena manhã de segunda-feira, mas o operário de uma fábrica de amianto, o cara da empresa de exploração de gás, o vaqueiro, a cozinheira e o menino engraxate ocuparam meus olhos e a minha mente. A noção do trabalho escravo em pleno século XXI voltaram a acelerar o meu coração de modo preocupante.
O prefácio escrito por Milton Hatoum começou fazendo referência a uma personagem do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas que nasceu para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer (…). Eliane Brum nos apresenta as vítimas do amianto, Xico Sá traz os vaqueiros, Avener Prado e Marlene Bergamo mostram os imigrantes. Em uma parceria entre textos e fotografias seguimos com a leitura nos próximos dias.
“O ferro em brasa que firma as letras iniciais do proprietário do gado marca igualmente o vaqueiro”, Xico Sá