Como fazer uma operação de mineração viável?

ARTHUR Team
ARTHUR Mining
Published in
4 min readJan 14, 2022

Atualmente, com o crescimento dos criptoativos no geral e a expansão da atividade de mineração de criptomoedas, muitas pessoas têm buscado formas de investir neste negócio. No entanto, embora seja possível realizar o processo de mineração em casa, esta não é a melhor opção.

Desse modo, para realizar uma operação viável de mineração é preciso definir quais os investimentos necessários que este processo exige. Logo, a melhor opção para construir uma operação de mineração é montar um negócio de larga escala.

Atividades de mineração de pequena escala não possuem um retorno tão atrativo, além de o custo em investimentos ser alto. Desse modo, é necessário que sejam realizados investimentos em energia e infraestrutura.

Além disso, investir em mineração de forma viável, implica em aplicar estratégias de gerenciamento e mitigação de riscos, e isto é possível ao promover um negócio de larga escala e com as aplicações necessárias em CAPEX e energia.

Nesse sentido, uma das estratégias da empresa é investir em energia barata e diminuir custos em infraestrutura, sem afetar o processo produtivo.

Custos energéticos

O bitcoin já é definido legalmente como uma commodity pela Comissão de Negociação de Futuros e Commodities (CTFC, sigla em inglês). No entanto, embora a classificação da moeda tenha sido ganha por atender alguns critérios de commoditie, gerar novos bitcoins é totalmente diferente de encontrar novas pepitas de ouro.

Nesse sentido, o processo de mineração de bitcoins envolve o uso de cálculos matemáticos e esforço computacional, capaz de resolver os cálculos. No entanto, à medida que a atividade se torna atrativa e o número de pessoas interessadas em fazer parte da rede aumenta, este cálculo se torna mais trabalhoso e mais esforço é demandado pelos computadores. Logo, o processo fica mais difícil.

E, nesta corrida para resolver mais rápido o cálculo, o esforço computacional necessário é refletido em energia. Quanto mais esforço, mais energia consumida e, portanto, mais moedas sendo geradas. A quantidade total de bitcoins possui um limite definido, sendo assim, mais energia é gasta para minerar a mesma proporção de moedas independente de quantas pessoas adentrem na rede.

Desse modo, realizar uma operação de sucesso implica em gastar o mínimo de energia, buscando energia barata. Nesse sentido, lugares remotos e inexplorados, onde os custos são menores e, de preferência, em regiões não muito quentes, são os melhores para realizar essa operação.

Outra forma interessante, que vem sendo utilizada pela empresa, é reduzir custos reaproveitando energia residual. Na Arthur, o gás gerado pela atividade de extração de petróleo, que seria queimado no processo de flaring é aproveitado para minerar bitcoins. Assim, conseguimos baratear custos e ainda agir em conformidade com as práticas ESG.

Ademais, aproveitar o custo baixo em energia permite que as empresas de mineração não paralisem atividades quando o preço do bitcoin cai e custo aumenta. Em cenários como este, os mineradores que conseguem se manter ativas mineram mais moedas, mantendo lucros e resultados positivos para os investidores.

Infraestrutura e custo operacional

Outro fator principal de investimento para montar uma operação de mineração viável são os gastos em CAPEX. Comprar equipamentos a custos baixos também é muito importante para o balanço final ser positivo. Além de ser necessário construir uma estrutura de Data Center para as máquinas.

Os hardwares utilizados para a mineração do bitcoin sofrem mudanças de preço conforme o preço do bitcoin, devido à oferta e demanda do mercado. Sendo assim, é gerado um ciclo de mercado em cima dos equipamentos e máquinas que envolvem o processo de mineração.

Portanto, nessa perspectiva, em alguns momentos, vale a pena adquirir máquinas usadas, a um preço menor. Reduzindo não somente gastos, como tempo de espera no aguardo de novos equipamentos.

Por ser um modelo de negócio que exige estruturas de gerenciamento complexas, os custos da operação podem aumentar de maneira substancial. Dessa forma, adotar medidas que mitiguem o máximo possível os custos com transporte, movimentação, espera e processamentos excessivos é essencial para uma operação limpa e eficiente.

Projeções de mercado

O negócio de mineração de bitcoins é altamente escalável e, devido aos avanços tecnológicos e ao aumento da demanda de pessoas interessadas, investimentos em infraestrutura serão constantes para expandir as operações tanto em infraestrutura, como geograficamente.

Sendo assim, é possível prever que, à medida que o bitcoin ganha espaço no mercado, as outras empresas de tecnologia, energia e, até mesmo países, criem produtos, modelos de negócios e legislações mais brandas, voltados para a expansão da mineração.

Retorno investido

A maior preocupação nessa operação é a obtenção de lucro. Dessa maneira, ao adotar práticas mais econômicas de investimento em energia e infraestrutura é possível suavizar a volatilidade e obter fluxos de caixa previsíveis.

Dado que a mineração é uma atividade essencialmente ligada ao preço do bitcoin, as movimentações do mercado afetam diretamente a operação dos mineradores.

Ao se deparar com notícias negativas e queda de preços, alguns mineradores tendem a desligar máquinas e permanecer inativos, a fim de evitar gastos, pois tem custos altos devido à energia.

Portanto, diminuir custos garante a permanência das atividades, mesmo se o mercado estiver performando mal e, como mineração é uma atividade competitiva, os mineradores ativos mineram mais moedas, gerando mais receita.

Sendo assim, algumas mineradoras públicas do mercado são destaque por convergir vários fatores positivos e atrair a atenção de investidores institucionais, como BlackRock e Fidelity, que compraram ações das maiores empresas de mineração atualmente no mercado: Marathon e Riot Blockchain.

Marathon, Bitfarms, Hut8 são empresas que, ao adotar práticas viáveis, conseguem apresentar desempenho superior ao bitcoin e se manter positivamente no mercado mesmo frente a quedas no preço da moeda.

Este artigo foi escrito por:

Rudá Pellini (Co-Founder and President at Arthur Mining) & Paulo Paganelli (Co-Founder and COO at Arthur Mining).

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