Canção do Imigrante

Biologo de Araque
ArtPensante
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2 min readApr 25, 2018

(Oceano Atlântico, Século XV)
Balançava, seu barco balançava, e seguia naquele mar vasto
Que ondulava, olhava para o capitão com seu olhar gasto
Nunca mais chegavam a terra prometida
Branca um dia fora sua cara, hoje vermelha e partida
Mas quando visse a costa, sabia que tesouros o esperavam
Simples fora a proposta, do Capitão, na terra nova tudo que seus olhos vislumbravam
Era seu.

(Oceano Índico, Século XV)
Alá lhes concedera bons ventos
Lá para onde sempre iam, Ver aquele povo de fora do seu elemento
Em Sofala, trocavam toda sua mercadoria, no fim alguns ficavam lá
Com aquele povo, aumentavam sua sabedoria, mas que não viessem para cá

(África do Sul, Século XXI)
A pé fizera sua travessia
Um emprego era sua fantasia
Nem pensara que o salário que pedia
Era baixo por demasia
Sem saber, seus amigos por si criavam raiva
Sem perceber, um dia se encontrava a deriva
Sozinho, numa terra que no fundo não era a sua
Vizinho, um dia aparecera e o levara, Seu corpo sua
No dia seguinte era manchete De jornal.

(Síria, Século XXI)
Estava sem casa, no puro sentido da palavra
Sem amigos ou família, tudo lhe faltava
Acreditava que podia se refugiar
Escapar, Para um desses países tão lindos
Que sustentam todos que vivem neles
No porto ficou presa, Parecia tão simples
Mas tanta segurança existia para entrar
O mais seguro do mundo devia ser aquele lugar
Entrara
Estrutura para ela não existia, Muito menos apoio
De migalhas vivia, Fugira da guerra, Para ser tratada como joio
A segurança que existia, era para quem tinha medo dela.

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Biologo de Araque
ArtPensante

Estudante de Conservação e Educação, escrevo pequenos textos em inglês e português para ver como relacionar esses temas com a economia e um novo modelo de mundo