Fins e Inícios — Parte 8
Fumo saia da sua boca, Osvaldo não se importava, estava sozinho em casa
Fumava um cigarro após mais um dia stressante, trabalhara durante quase todo dia hoje, fora contratado a apenas alguns dias e estava a aprender como seria a sua vida tendo um emprego. Era desgastante de certa forma. Todos dias ter aquela rotina estava a desgastar o seu cerébro, pensava sobre o que poderia fazer numa noite de sexta-feira como aquela, solitário em casa, seus companheiros de casa todos tinham saído e ele estava ali sozinho, só ele e seu cigarro e uma melancolia que não sabia de onde vinha, haviam passado alguns meses desde a última vez que se apaixonara, se é que ele podia chamar assim, nunca soubera o nome dela, como de quase todas vezes a coragem não havia aparecido.
Parecia que para Osvaldo quanto mais o tempo passava mais travado ele ficavam, mais hesitava sobre o que devia fazer quando sentia atração por alguém. Parecia que era sua sina ficar sozinho devido ao seu medo de se arriscar.
Seu telefone tocou, um som de uma guitarra agudo interrompeu seus pensamentos
Osvaldo atendeu:
— Olá
— Como tás desgraçado?
Era seu melhor amigo, Leonel, sempre feliz, sempre no grito
— Estou aqui em casa, fumando um cigarro e pensando na vida
— Ahh, para com isso, vem para a vida, vamos passar aqui pela tua casa e vais sair com a gente
— Com a gente?
— Eu e a Magali
— Pode ser, não ia fazer nada melhor hoje
— Ou seja, só ias ficar em casa a pensar na tua miséria.
(Risos)
— Só um pouco disso
— Enfim, desce logo, já estamos aqui perto.
Osvaldo pôs um par de calças e uma camisa sem mangas, não se preocupava com sua aparência, conhecendo Leonel, só iriam a um bar e eles iriam beber algumas cervejas, Leonel e Magali iriam convida-lo para se juntar a cama deles e ele iria recusar como sempre, nada naquela noite seria diferente das outras noites de sexta-feira que existiam antes de começar a trabalhar.
Entrou no carro
— Boa noite meus queridos
— Boa noite (responderam os dois)
— Como estão?
— Um pouco pior agora que entraste com esse bafo.
— Depois reclama que tá sozinho na vida. Toda hora fumando cigarro, não sei o que ele espera.
— Me deixem, é meu escape de relaxe dessa vida de amigos e companheiros de casa que não fumam.
— Não teria te feito mal pelo menos escovar os dentes, tão até amarelos
— Merda, agora todas pessoas no bar horrível e sujo que vocês vão me levar vão reclamar dos meus dentes porque vai ter um monte de gente que sem isso iria me achar o máximo
— Valdinho, Valdinho, ta te escapando uma gota de sarcasmo ou é impressão minha? Que orgulho do nosso filho hein Magali?
— Ai siim. Ele finalmente liberou o seu lado maldoso, sempre achei que não ia chegar esse dia.
— Sabem que odeio esse nome (Baixinho)
— Ai, silêncio agora, preciso me concentrar. Vocês sabem que estacionar o carro é difícil para mim.
— Ok (juntos)
Entraram no bar, uma luz vermelha se apagou e Osvaldo olhou, na sua frente uma figura angelical,pele escura e delicada, olhos pretos e cabelo curto e rente, olhou para eles entrando e sorriu para eles, Osvaldo nem quis acreditar na sua sorte até que ouviu Magali:
— Obá , que bom te ver, que fazes aqui?
— No momento o que faço é terminar de pagar a conta para sair daqui
— ah, que pena, mas conversamos melhor outro dia, só te apresento meu companheiro Leonel e o amigo dele Osvaldo
Obá cumprimentou os dois com um aceno de cabeça até que se juntou uma outra moça a ela, Osvaldo não conseguira reparar nela pois só tinha olhos para ela, mas falou nada.
— Pois bem, já estamos prontas a ir, foi bom te ver Magali, e apenas isso e conhecer vocês dois também.
Deu dois beijos em Magali, dois beijos em Leonel e virou-se pra Osvaldo
Deu dois beijos nele também e Osvaldo disse:
— Que poético, nos conhecemos com um beijo de despedida.