Fins e Inícios — Parte 2
Metades
Malika acordou cansada, olhou para o outro lado da cama, vazio e cheio. Com dois livros maciços e o seu notebook mas ausente de outro corpo, que era tudo que ela queria abraçar, sentir calor humano no seu corpo quente. Sentou-se e desligou o alarme do celular, estava atrasada e já tinha uma mensagem no celular, era do André; Malika sorriu, conhecera ele no dia seguinte a seu ex ter terminado com ela; e as vezes sentia que existia atração mútua entre ela e André, mas 3 meses conversando quase diariamente e com algumas saídas e ainda assim ela não tinha certeza se devia beijar ele ou esperar.
Por outro lado, ela apreciava a paciência dele, as vezes sentia que tinha muitos sentimentos pelo Marcos e precisava de aceitar o seu tempo para lidar com tudo que sentia.
Saiu relaxada após um banho quente, com um blusão enrolado à sua cintura como sempre, Malika estava pronta para mais um dia de aulas, seu pai estava viajando de novo, conhecendo ele iria voltar cansado daqui a a uns dias com um monte de história do tempo que passava no mato , saiu e pegou o ônibus, hoje ela ia chamar André para ver um filme, aproveitar que estava sozinha em casa e aproveitar que o André gosta de lavar a loiça para ter alguém para ajudar nessas tarefas de casa (Porque pelo seu pai a loiça podia acumular pra sempre) Sentou-se no ônibus e começou a ler “ Cara-metade” um livro de um escritor de romances destinados a falhar, que era como ela se sentia na maior parte do tempo, destinada a não conseguir deixar de amar e a não se permitir.
Chegou na universidade atrasada, apenas 15 minutos mas tempo de aula que ela tinha perdido, coisa que ela não gostava muito, e queria ver se encontrava André mas teria que ficar para depois. No momento ela ia para a sua aula…
Acordou cedo, sempre acordava cedo, desde que começar a tomar anti-depressivos ele tendia a dormir muito cedo e a acordar muito cedo. Como sempre no seu pensamento tinha Malika, a menina que conhecera por um acaso da vida na rua e que desde a primeira conversa tinha se aninhado com um lugar permanente no seu coração. Mas queria levar as coisas devagar, seu cerébro era especialista em se apaixonar rápido demais e assustar as pessoas.
Enviou uma mensagem de bom dia para ela, sentou-se na cama e começou a pensar : O que eu estou a fazer? Quanta coragem me falta? Será que ela tem paciência para lidar com minha indecisividade?
Chutou os pensamentos para longe e levantou-se , precisava de um banho, suara a noite inteira, as vezes o medo era mais forte.
Desta vez ia dar certo, ele dizia a si mesmo, era só aprender a ter confiança em si mesmo. Coisa mais difícil. Pelo menos para a cabeça dele.
André sempre parecera a pessoa mais confiante e normalmente ele tinha muita auto confiança para tudo que não envolvia questões do coração,pelo menos. Mas quando o assunto era romance ele virava um tolo gago quase, com Malika por um milagre não tinha feito nada errado ainda, só talvez estava a demorar para seguir para o próximo passo com ela, mas conhecera ela num momento tão sensível que tinha medo que ainda não tivesse passado 100% pra ela.
Saiu de casa, muito antes da hora, mas estava habituado a chegar cedo e a se organizar, o trabalho dele era sempre corrido, então chegar cedo ajudava a ficar mais organizado com as suas tarefas, trabalhava próximo a universidade onde Malika estudava, afinal tinham se conhecido no caminho entre os dois locais, ela era mais velha que ele mas ele fez tudo rápido na sua vida pois precisava ajudar a sua mãe com as contas de casa.
Chegou no trabalho e se sentou…