França: um reduto de grandes histórias

André Fabio Junzkowski
As Artes de Viajar
Published in
4 min readJun 14, 2019

A história da França começa no século IX a.C. com a chegada da tribo Parisii que, mais tarde, é homenageada na escolha do nome da cidade da luz, Paris. Algum tempo depois, os romanos tomam o lugar e começam, de fato, a construir Paris.

Anos mais tarde, os bárbaros atacam a cidade, enfraquecem os romanos e o cristianismo é intitulado a religião oficial. Paris é nomeada a capital da França, pelo menos, até Carlos Magno herdar o trono de Pepino e mudar a capital para Aachen. Entretanto, assim que Hugo Capeto assume o reinado, em 987, a capital volta a ser Paris.

Na Noite de São Bartolomeu, a igreja católica passa a ficar conhecida como intolerante e sanguinária. Nos dias 23 e 24 de agosto de 1572, o território francês foi marcado pelo sangue de pessoas que seguiam uma religião oriunda da reforma religiosa do século XVI. Conhecidos como protestantes, essas pessoas foram caçadas e assinadas logo após a ordem de assassinato de Catarina de Médici a um dos líderes do protestantismo, almirante Gaspard de Coligny.

Como clero e a nobreza não pagavam impostos, e com as dívidas de guerra, o governo da França enfrentava uma crise econômica muito grave. Após algumas reuniões sem resultados com o Rei, os líderes do povo formaram a assembleia constituinte para defender uma constituição.

Foi em 1789, com a queda da Bastilha, um grande símbolo do absolutismo, que a revolução francesa teve início. Em seguida, foi criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um documento que prezava pelos benefícios iguais dos homens como posse de propriedade privada, divisão dos poderes da França e direitos civis. Mais tarde esse documento foi uma grande influência para o Brasil.

A partir de então, com a Constituição Civil do Clero, passa a ser executada a divisão de estado e igreja. Contudo, é apenas em 1791 que a primeira Constituição é instaurada, tornando da França uma monarquia constitucional e fazendo com que a burguesia passe a estabelecer a sua vontade em relação ao governo.

Com a proclamação da república em 1792, o rei é acusado de traição por conspirar com outros países para tomar o poder da França. Dessa forma, ele é condenado à morte em 1793. Após a morte do rei, entra em vigor a república Girondina. Governo direitista de burgueses, eles queriam vetar as conquistas do povo.

Neste mesmo ano, os girondinos perdem o poder e quem assume é a República Jacobina. A favor do voto para todos no território francês, os jacobinos dão início ao período do terror quando o líder deles decide matar todos aqueles que iam contra a revolução francesa.

Já em 1794, a República Jacobina perde o apoio e Robespierre, líder do governo, é guilhotinado devido às matanças. Os Girondinos voltam ao poder e constitucionaliza todos os desejos da burguesia. Durante este período, o Diretório assume o poder até 1799, quando Napoleão Bonaparte passa a comandar a França através do Consulado.

Eventos que sucederam este ato, como as Guerras Napoleônicas, as restaurações da monarquia e outras revoluções instigadas pela própria revolução francesa, foram essenciais para moldar a França moderna que conhecemos hoje.

O símbolo que molda a visão do país europeu para seus conterrâneos e visitantes, é a Torre Eiffel. Com estrutura treliça de ferro e 324 metros de altura, é o maior edifício da cidade o monumento mais visitado anualmente. Ela recebe este nome em homenagem a Gustave Eiffel, o homem que, no século XVX projetou um arco de entrada para uma exposição, sem sequer saber que esta seria uma das 7 maravilhas do mundo.

Agora, conhecida como o berço do iluminismo e considerada grande influência cultural devido aos movimentos artísticos que surgiram em seu território, a França é referência econômica europeia e global. Com intervenção estatal combinada ao setor privado, a economia do país estimula a redução das desigualdades.

Entre as indústrias que mais se destacam na economia francesa, a armamentista cresce consideravelmente. Hoje, a França é uma potência militar que está entre os cinco países que detém o poder no comércio mundial de armas com 75% das vendas. Atrás apenas de estados Unidos e Rússia, a França é responsável por 6,8% das exportações de armas, sendo que, a maior parte é destinada ao oriente médio. Entretanto, é importante destacar áreas como agropecuária, automobilística e aeronáutica como determinantes para a evolução do país e do mundo.

Quando se fala em indústria expressiva para o mercado francês e mundial, é inevitável pensar nas tecnologias criadas há muito tempo e, que ainda são fundamentais no mundo moderno. Desde 1783, por exemplo, quando Pilatre De Rozier manteve um balão de ar quente nas alturas por alguns minutos, o desenvolvimento da agricultura deu um salto. Assim como a invenção do refrigerador em 1894 pelo padre Marcel Audiffren, tornou possível e prática a tarefa de manter alimentos e líquidos gelados por muito tempo até os dias atuais, a invenção do cinema pelos irmãos Auguste e Louis Lumiere, agora rende bilhões todos os anos.

A França recebeu 83 milhões de visitantes no ano de 2016. Com tantas histórias e lugares para conhecer, não é à toa que o país é o lugar mais visitado do mundo. Além da Torre Eiffel, o limite do território francês abriga o Museu do Louvre onde se encontra a obra Monalisa de Leonardo da Vinci, Catedral de Notre Dame, Palácio de Versalhes em Versalhes, Catedral de Estrasburgo, Notre Dame de la Garde em Marselha, Garganta Verdon, Castelo de Chambord e Costa azul. Tudo isso, entre muitos outros cenários que abrigam a encantadora essência do país.

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