Váyase por la sombrita. Retrato cultural e histórico colombiano.
A Colômbia é um país de língua espanhola, localizado no noroeste da América do Sul. Tem por capital a cidade de Bogotá e possui uma Área de 1.138.914 km².
O contexto histórico da região, onde se localiza o país, começa cerca de 20.000 a.C., de onde datam os primeiros vestígios arqueológicos colombianos, no sítio de Pubenza. Sua história nesse período se assemelha a outros países latino-americanos, culminando no desenvolvimento de tribos indígenas e posteriormente caribenhas. Sendo o país habitado por indígenas até o fim do século XV, quando os espanhóis chegaram as Américas. Só em 1525, seria fundada a cidade de Santa Maria, a primeira em terras colombianas.
O país viveu por quase 300 anos como colônia espanhola, pois o movimento de independência começou apenas em 1811 e somente em 1819 foi criada a República da Colômbia devido à grande resistência espanhola. Já em 1821, sob a liderança de Simòn Bolívar, foi formada a Grã-Colômbia, composta pelas áreas que hoje correspondem a Colômbia, Panamá e Equador.
Em 1899 se iniciou a Guerra dos Mil Dias. Depois de milhares de mortes, a guerra civil teve fim com um acordo de partilha de poder entre os lados em 1903, quatro anos após o início da guerra. Neste ano os quatro países que constituíam a Grã-Colômbia já estavam separados.
Na década de 80 a produção da cocaína cresceu no país. Nos anos 90 os EUA entram na guerra contra o narcotráfico, prendendo o líder do cartel de Medelín, Pablo Escobar. Essa, que provavelmente é a figura mais conhecida relacionada ao narcotráfico colombiano. Atualmente o país é responsável por 80% da produção mundial da droga.
Algumas particularidades colombianas são naturais de sua região norte, que por estar inserida na região caribenha, é a região que possuí a culinária mais exótica do país. Entre algumas especiarias podemos citar o Arroz de coco, o Patacones (pedaços fritos de banana da terra), sem contar que a região possui bastante abacate e uma culinária específica baseada na fruta.
A região caribenha também proporcionou outras heranças culturais para o país. Dentre as músicas típicas e tradicionais, podemos ressaltar o Vallenato, concentrada e nascida nas regiões que pertencem ao Sul de Guajira, norte de Cesar e oriente de Magdalena. Outras expressões culturais relacionadas a música também sobrevivem até hoje, como a Cúmbia, de origem rural, e o Bambuco, ritmo herdado dos Quechuas, que tinham o hábito de interpretar/recitar enquanto faziam artesanatos com cerâmica.
Na pintura, o país possui artistas incríveis e renomados, como Fernando Botero, famoso por seu estilo paródico, onde transforma as pessoas e elementos de seus quadros em pinturas rotundas e caricatas. Seus quadros são mundialmente famosos. Outro Artista renomado foi Omar Rayo, pintor, escultor, caricaturista e artista plástico colombiano. Seu estilo possuía muitos elementos da geometria abstrata, empregando, por sua maioria as cores preto, branco, vermelho e amarelo em suas obras. Fazia parte do movimento Op Art.
Quando falamos em artistas e escritores colombianos renomados, não podemos esquecer de Gabriel Garcia Márquez, Nobel de Literatura, escreveu grandes clássicos como “Cem anos de solidão”, “A revoada (o enterro do Diabo) ”, “Amor nos tempos de cólera” e “Crônica de uma morte anunciada”, esse último que escolhemos para retratar o país.
Nele temos a história sobre a morte de Santiago, contada do ponto de vista das pessoas que o cercavam. O texto tem uma pegada de textos jornalísticos, meio investigativo. O curioso da abordagem do autor é que ao mesmo tempo em que os personagens contam trechos do que sabem dos fatos, o principal acontecimento que é o assassinato em questão não é relatado por ninguém, não se sabe como aconteceu nem onde aconteceu, apenas como Santiago estava antes dos assassinos o pegarem e como tudo ficou depois. Os personagens vão dando pequenos detalhes que aos poucos se encaixam, ou não, sobre o dia em que tudo aconteceu, como a cor da camisa que estava usando, porque estava usando, porque saiu pela porta da frente e não pela de trás. O mais curioso é que quase todos os personagens pareciam saber sobre o que iria acontecer e mesmo assim nada fizeram, depois de ter acontecido sabiam e sentiam que já tinha passado e ainda assim nada aconteceu. Outro ponto que o autor deixa a mercê da curiosidade do leitor foi o motivo do assassinato, dizem que ele era inocente, dizem que foi na noite do casamento, dizem que os irmãos que o assassinaram estavam certos do que iriam fazer, mas no fim não dizem nada. Uma ótima história, não muito longa e de leitura rápida, uma história que conta sobre o assassinato de Santiago, mas não conta nada.
