Herdeiras do Mar

Alex Mendes
Reticências
Published in
3 min readApr 12, 2021

Sinopse: Quando Hana nasceu, a Coreia já estava sob ocupação japonesa, e por isso a garota sempre foi considerada uma cidadã de segunda classe, com direitos renegados. No entanto, nada diminui o orgulho que tem de sua origem. Assim como sua mãe, Hana é uma haenyeo, ou seja, uma mulher do mar, que trabalha por conta própria seguindo uma tradição secular. Na Ilha de Jeju, onde vivem, elas são as responsáveis pelo mergulho marinho — uma atividade tão perigosa quanto lucrativa, que garante o sustento de toda a comunidade. Como haenyeo, Hana tem independência e coragem, e não há ninguém no mundo que ela ame e proteja mais do que Emi, sua irmã sete anos mais nova. É justamente para salvar Emi de um destino cruel que Hana é capturada por um soldado japonês e enviada para a longínqua região da Manchúria. A Segunda Guerra Mundial estava em curso e, assim como outras centenas de milhares de adolescentes coreanas, Hana se torna uma “mulher de consolo”: com apenas dezesseis anos, ela é submetida a uma condição desumana em bordéis militares. Apesar de sofrer as mais inimagináveis atrocidades, Hana é resiliente e não vai desistir do sonho de reencontrar sua amada família caso sobreviva aos horrores da guerra.
Em Herdeiras do mar, Mary Lynn Bracht lança mão de uma narrativa tocante e inesquecível para jogar luz sobre um doloroso capítulo da Segunda Guerra Mundial ainda ignorado por muitos.

Título: Herdeiras do Mar
Autor:
Mary Lynn Bracht*
Editora: Paralela
Ano de publicação: 2020

*MARY LYNN BRACHT concluiu seu mestrado em escrita criativa no Birkbeck College da Universidade de Londres, onde vive. Com ascendência coreana, a autora foi criada nos Estados Unidos e fez parte uma grande comunidade de mulheres que viveram na Coreia do Sul durante o pós-guerra. Em 2002, ao visitar o vilarejo da infância de sua mãe, Bracht conheceu as “mulheres de consolo”. Herdeiras do mar é seu romance de estreia.

19% — É impossível não se compadecer com a história destas irmãs. Ainda na largada, o livro já demostra o quão profundo e doloroso será acompanhar a caminhada de Hana. Não há a mínima chance de ser imparcial (pois nos apegamos), muito menos de se manter distante da carga negativa que o estupro incute na narrativa. O pano de fundo da guerra completa o cenário desumano do qual Hana e várias outras meninas são personagens principais — melhor dizendo, objetos.

50% — Os capítulos são extensos, porém, isso é necessário para comportar o peso da narrativa. A habilidade da autora para descrever os abusos sofridos por aquelas garotas e provocar emoções em quem ler beira uma linha fina entre a dor e o lírico. Até o momento sinto dificuldades em fixar as imagens do que leio — talvez uma tentativa inconsciente de manter distante sentimentos tão negativos que estão surgindo. Sem dúvida, Herdeiras do Mar precisará de um bom tempo para ser digerido.

60% — A partir daqui a história é tão profunda que não consegui retornar para contar o que sentia. A leitura foi concluída recentemente. Leia a resenha de herdeiras do Mar ;)

A partir daqui a história ficou tão intensa que não consegui voltar a escrever novas percepções. Com a leitura concluída, resenha nova no Reticências. Confira!

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Alex Mendes
Reticências

Publicitário, nortista e designer que trabalha com UX e adora livros.