Reticências
Porque sempre temos algo a dizer
Quando criança sempre busquei a escrita como válvula de escape. Registrava o meu eu em várias páginas de diários. Na adolescência encontrei nos livros a base de alguns sonhos. E hoje busco unir estes dois hobbies: a escrita e a leitura. E muito além dos benefícios destes hábitos, percebi que eu sempre mergulhava num loop angustiante e reflexivo sobre os personagens, cenários e afins.
Ao virar a última página, algo pairava… Muitas interrogações flutuavam na minha cabeça. O mundo que o autor me ajudou a criar de uma hora pra outra tinha sido interrompido… Pra mim, sempre pareceu que algo foi omitido… Algo a se dizer… Era ressaca literária? Talvez.
Com muitas dúvidas e medos continuei avançando. Lendo gêneros diferentes, adquirindo exemplares inusitados, desafiando meu ritmo de leitura… E no final de tudo, o mesmo sentimento: reflexões pairando, omissões injustas e mundos engavetados.
Com o gosto pela leitura e com o desejo de escrever o que se passava na minha mente, criei o Reticências — um espaço pessoal no qual pretendo trazer ao ponto final o que sempre ficou com três pontinhos (seria uma solução pra ressaca?).
Analisando melhor, tenho uma boa metáfora: em alguns momentos da vida nos sentimos perdidos, sem um ponto final. Nos questionamos sobre nossas atitudes e sobre nosso mundo. Queremos entender os motivos de alguém ter ido embora… As razões pra termos errado tanto… Não sabemos lidar com as reticências da vida, sabemos?
Não pretendo ser técnico, nem dizer o que é certo ou errado em algum livro, em alguma crônica, um parágrafo do cotidiano…não! O que mais me importa é continuar lendo, vivendo estas histórias, absorver as lições importantes e concretizar isso através de resenhas (se é que são rs) leves e transparentes.
Tratarei o Reticências como um projeto pessoal :)
Ler mais. Escrever mais.
Afinal de contas, sempre teremos reticências. O segredo é aprender a lidar com elas…
