Robôs x Humanos: a batalha final.

Lucio Caramori
Assistindo à guerra, de biquini
2 min readJun 12, 2018

De um lado uma nave luminosa piramidal pilotada por 2 robôs. De outro, 3 homens de preto. No meio dessa briga, milhares de pessoas embasbacadas. Entre elas, eu.

Impossível não pensar que no painel daquela pirâmide não houvesse apenas um grande botão vermelho, que foi ativado no começo do show do Daft Punk e só foi desligado no final. O playback mais pirotécnico do planeta. Mas ninguém se importou. Algumas pessoas não conseguiam nem dançar diante daquilo tudo. Clássicos, clássicos e mais clássicos da música eletrônica. Torçam o nariz os defensores dos outros tipos de músicas mas existem, sim, os clássicos eletrônicos. E foi lindo, emocionante, mesmo sem um “bis”. E acho que ninguém se importaria se eles apertassem o grande botão vermelho e tocassem as mesmíssimas músicas outra vez. Éramos todos máquinas repetidoras ali, naquele momento.

Dois dias depois, o trio do Brooklin deu o troco pelos humanos. Uma base tocada por Mix Master Mike e 3 três poderosas vozes quarentonas estraçalhando com nossos ouvidos. Uma pancada. Pessoas quicando até o teto. Eram os Beastie Boys em carne, osso e cordas vocais. Era a reviravolta do “ao vivo” contra o eletrônico. E quando todos pensavam que tinha acabado, ainda faltava “Sabotage”. A última música do show, a última música do festival. E tocada com baixo, guitarra e bateria, pelas 3 bestas do hip hop. Até agora não sei o que me acertou.

No fim, impossível declarar um vencedor. A batalha entre máquinas e pessoas continua indefinida. Pelo menos até o próximo festival. Uma guerra em que os únicos feridos foram as pobres articulações das minhas pernas.

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