1ª Temporada — Quando o vento sopra a favor

Edson Rigonatti
Astella
Published in
2 min readJan 16, 2016
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“A sorte governa metade de nossas ações, mas ela ainda deixa a outra metade, talvez um pouco menos, ao nosso livre arbítrioNiccolò Machiavelli

Todos nós almejamos o sucesso. Mas quase tudo na vida é resultado de uma combinação de sorte e talento. Portanto, para chegar lá, temos que continuamente afiar nossas habilidades e aprender a gerenciar a sorte (ou o azar).

Em uma empresa, sorte e talento são representadas por duas grandes categorias de atividades: aquelas que envolvem tentativa e erro e as que são repetitivas. O primeiro grupo pertence ao mundo da experimentação, enquanto o segundo ao mundo da otimização.

Nas primeiras fases de uma empresa, as principais atividades (ex.: desenvolver o produto, fazer as primeiras vendas, contratar os primeiros talentos) são primordialmente experimentação. Já nas fases mais avançadas, as tarefas repetitivas prevalecem (ex: máquina de vendas, máquina de talentos). Todas as atividades seguem o mesmo princípio: descobrir, validar, otimizar e escalar.

Vento a favor

Alguns heróis dominam o mundo das experimentações, enquanto outros são dotados de poderes repetitivos. Os primeiros sofrem na transição para um ambiente calcado em processos. Já os demais penam em permitir a experimentação contínua no aprimoramento do produto e de novos canais de venda, respectivamente conhecidos como inovação e growth hacking. Já a maioria dos investidores só sabem lidar com otimização.

Nós podemos aperfeiçoar nossos talentos e perseguir o virtuosismo sempre que encontrarmos causa e efeito nas atividades, praticarmos deliberadamente e tivermos um mecanismo claro de feedback e orientação. Em uma empresa, o conjunto de talentos equivale à famigerada vantagem competitiva.

Já a sorte, pode ser gerenciada de três maneiras:

  • Reduzindo a vantagem dos nossos oponentes ou aumentando a nossa (duh!): buscando mercados em transformação (agregação e desagregação); desejos, necessidades e vontades críticas (must-haves ou toothpastes), necessidades reprimidas (non-consumption), posições lucrativas na cadeia produtiva (profit pools);
  • Reduzindo a influência da sorte buscando causa e efeito: adotando metodologias e cultura de experimentação como design thinking, lean, stage gate, etc.;
  • Construindo opcionalidade: buscando investir em fases com apostas dosadas e constantes, atraindo talentos próximos de suas 10.000 horas e construindo equipes complementares.

A encarnação da sorte para uma empresa é o seu Mercado. Ele é ao mesmo tempo a causa número um do fracasso, como o principal responsável pelo sucesso arrebatador. Então como lidar com o fator mais crítico para o seu destino?

O vento esta soprando contra ou a seu favor?

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