Capítulo 38 — Toyoda Automatic Loom Works, Ltd.
Sakichi Toyoda é conhecido como o pai da revolução industrial Japonesa. Um inventor serial e um aficionado pela melhora contínua, fundou em 1926 a Toyoda Automatic Loom Works, Ltd. e criou com seu filho a Toyota Motor Co., Ltd. em 1937.
Na busca por eliminar os desperdícios nos processos de criação de novos produtos e na produção em escala dos mesmos, desenvolveu o método just-in-time e o conceito dos 5 Porquês. Mas talvez a aplicação mais inovadora desse conjunto de conceitos, hoje conhecidos como metodologia Lean, foi a maneira como Sakichi aprimorava continuamente o arcabouço de governança de suas empresas.
A governança de uma empresa acontece em três camadas: a gestão, o conselho de administração e a assembleia de acionistas. Quando uma startup tem apenas um sócio-fundador, essas três camadas são indistintas. Adicionam-se a esse corpo mais alguns sócios-fundadores e investidores e voilà! As três camadas se tornam indispensáveis.
São nessas camadas onde questões relacionadas a decisões de financiamento, talentos, estratégia e compra e venda de participações são realizadas. O papel dos investidores, especialmente quando estes fazem parte do conselho de administração é serem os guardiões da governança corporativa, os provedores de conhecimento e relacionamentos, e os mentores do time de liderança.
Como guardião da governança corporativa, o conselho estabelece os processos, a cultura e as políticas em como a empresa é gerida, administrada e controlada para garantir sua sobrevivência e crescimento através dos controles financeiros, das regras de comunicação, da gestão de conflitos e da defesa de todos os sócios.
Como provedor de conhecimento e relacionamentos, o conselho serve como polinizador das melhores práticas. Ajudando o time de liderança a melhorar seu modelo mental, suas prioridades e como conector a especialistas, parceiros, consultores, talentos, etc.
Como mentor do time de liderança, o conselho ajuda o time a definir a visão e estratégia de longo prazo, a atrair e motivar os melhores talentos, garantir que a empresa tenha a liquidez necessária para operar, e pavimentar os canais de venda e crescimento.
Os conselhos de administração mais bem sucedidos sabem que seu papel não é gerir a empresa, mas prover a perspectiva externa que os empreendedores engalfinhados na luta do dia-a-dia não conseguem ter. Eles não apenas apontam as melhores práticas, mas ajudam a implantá-las.
É saber influenciar sem mandar!