Capítulo 39 — Walton’s Five and Dime Store

Edson Rigonatti
Astella
Published in
3 min readNov 19, 2016
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Sam Walton começou como trainee na J. C. Penney em 1940, logo após se formar na faculdade. Em 1942 foi convocado para a Segunda Guerra, e em 1946, ao deixar o serviço militar, comprou sua primeira franquia da Butler Brothers, com um empréstimo do seu sogro.

Embora sua loja fosse de vento em popa, os donos do imóvel resolveram pedir o ponto de volta e Sam teve que vender toda sua mercadoria e começar novamente. Em 1954 ele abre uma nova loja com seu irmão, chamada de Walton’s Five and Dime Store. Em 1962, já com 16 lojas, Sam e Bud resolvem lançar um novo conceito de varejo, oferecendo apenas mercadorias fabricadas nos Estados Unidos, com fornecedores que fossem competitivos com as mercadorias importadas. Nascia a primeira loja Wal-Mart Discount City.

Tendo criado um conceito estratégico diferenciado, os irmãos Walton passam a desenvolver sua equipe de gestores e gerentes de loja, incentivando muitos deles a investir na empresa. Em 1969, o Walmart tinha 78 acionistas, entre membros da equipe, varejistas e fornecedores, com diferentes participações em 32 lojas. Mas mesmo sendo os controladores, Sam e Bud estavam preocupados com o volume de dívida que a empresa tinha, e a necessidade de alguns dos sócios de vender suas participações.

Foi então que eles resolveram fundir as diferentes participações das lojas em uma empresa só. Sam ficou com 75%, Bud 15% e os demais 10% da Wal-Mart Stores, Inc. Em outubro de 1970, a empresa vendeu 20% das suas ações para 800 amigos e investidores institucionais. Em agosto de 1975 a empresa listou na New York Stock Exchange. Um dólar investido no IPO valeria hoje US$14 milhões, sem contar todos os dividendos distribuídos nesses 40 anos.

Assim como os irmãos Walton, todo empreendedor em algum momento tem que se preocupar com a liquidez das suas ações. Embora a maioria de nós jamais irá chegar ao IPO, todos sem exceção, em algum momento, teremos que vender parte ou a totalidade da nossa empresa.

O arcabouço de liquidez tem que fazer parte de qualquer acordo de acionistas, tendo em vista os seguintes elementos:

  • Preferência de Liquidação (Liquidation Preference): no caso de venda ou liquidação da empresa, é a remuneração que um investidor tem direito a receber antes que os empreendedores recebam algo por suas ações, geralmente um múltiplo do preço inicialmente pago no momento do investimento;
  • Direito de Recompra (Redemption Right ou Put): é um instrumento que permite que investidores exijam que a empresa compre de volta a sua participação. É comumente utilizada quando a empresa atinge um nível de maturidade com baixo crescimento, e onde os empreendedores não desejem vender a empresa.
  • Direito de Venda (ROFR, Drag, Tag): estipula o processo para que algum acionista possa vender sua participação a terceiros, dando prioridade aos demais sócios, e garantindo que a empresa inteira possa ser vendida, se esse for o caso.

O importante é entender que cada tipo de investidor tem uma expectativa de prazo para liquidez. Ter a flexibilidade para que cada um possa entrar e sair da sociedade a qualquer momento, é a garantia de perenidade da nossa empresa.

Se não for líquido, é sólido (ou então gasoso)!

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