Mindsight: A Nova Ciência de Transformação Pessoal
Interpretações e trechos em português do livro Mindsight
No livro Mindsight, o médico Daniel Siegel explica como a atenção com nosso corpo e nossas emoções pode transformar a forma como vivemos. Ele chamou essa prática de Mindsight também conhecida por mindfulness ou atenção plena.
“Mindsight é um tipo de atenção focada que nos permite ver o funcionamento da nossa própria mente.” Dr. Daniel Siegel
Por que praticar a atenção plena?
- Para aumentar a consciência de si, da mente, do corpo, emoções e conexões;
- Aprender a controlar as emoções e os impulsos;
- Entender sobre si para conseguir se conectar com os outros.
Como focamos nossa atenção, moldamos a estrutura do nosso cérebro.
Neuroplasticidade é o nome dessa capacidade do cérebro em mudar. A habilidade de ver a mente de forma mais clara, estimula o cérebro a criar importantes conexões.
A neurosciência apoia a ideia de que desenvolver habilidades reflexivas ativa os circuitos que criam resiliência e bem estar, que são a base para a empatia e compaixão.
Como praticar?
Reflexão é a chave
Quando perdemos a cabeça, por exemplo, acabamos agindo de forma reativa. Depois do evento tendemos a ignorar o que aconteceu e continuamente esse padrão se repete. Ele pode se tornar crônico e intenso.
Para diminuir a frequência e intensidade desses eventos, podemos praticar a reflexão.
O três pilares da reflexão descritos no livro
Observação: observamos nós mesmos; enxergamos o contexto todo que estamos vivendo. Isso oferece uma chance de perceber nosso papel nesses padrões e encontrar forma de alterá-los.
Objetividade: reconhecemos o pensamento ou sentimento e não nos deixamos levar por eles. O que estamos sentindo são memórias, sentimentos, crenças e intenções temporárias. São atividades mentais e não a realidade.
Abertura: estamos receptivos a tudo o que vem à mente. Desapegamos do “deveria ser”. Reconhecemos nossos julgamentos e libertamos a mente do controle.
Exemplo
Alguém falou algo e me senti com muita raiva, então respondi de forma grosseira e senti vontade de falar muito mais. Ao perceber isso, escolhi ficar quieta. (observação)
Comecei a discernir que essa vontade de falar tudo, acompanhada de sensações físicas, são apenas atividades da mente. Não são eu.(objetividade)
Eu não preciso falar tudo só porque o impulso está ali.
Passado um tempo a pessoa me diz o quanto fui injusta naquela situação. A vontade de me defender vem novamente. Então me lembro de me manter reflexiva e atenta para ouvir através da experiência da pessoa e não da minha. O essencial é aceitar e ser receptivo. (abertura)
Dessa forma começamos a exergar a situação com mais clareza, buscando encontrar uma solução sem escalar o problema.
Sugestões de reflexão quando nos sentimos "fora de controle":
- Quais foram as sensações no meu corpo?
- Que imagens eu tenho na minha mente?
- Quais eram os sentimentos — as emoções — flutuando na minha cabeça?
- Que pensamentos estavam acontecendo — eles ainda estão comigo?
Uma parte do discernimento é estar ciente do que estamos cientes. Isso é o oposto de nos deixarmos levar por algum ponto fixo da nossa atenção.
"Essa é uma habilidade poderosa que nos liberta da prisão de reações automáticas." Dr. Daniel Siegel
Reconexão
Durante ou depois de perdemos o controle, é preciso pausar e se conectar consigo. Mesmo uma pequena pausa pode fazer a diferença.
Muitas vezes sentimos culpa ou vergonha ao lembrarmos de nossas atitudes em eventos de estresse, por isso, é essencial ser gentil consigo mesmo.
Outras práticas de atenção
Além da reflexão, existem outros tipos de práticas que podem ser diárias:
- Meditações: escaneamento do corpo (app com meditações em PT), roda da consciência (em inglês), foco na respiração — 5 minutos por dia já pode ajudar;
- Tai chi;
- Yoga;
- Meditação andando.
Atividades do dia a dia como lavar a louça, limpar a casa ou conversar com alguém também são oportunidades de trazer a atenção ao momento presente.
Sobre o livro Mindsight
Ele aborda o assunto de mindfulness com explicações científicas e outros pontos:
- Explicações sobre a mente e funcionamento do cérebro;
- Qual lado do cérebro treinar;
- Como eventos traumáticos e interações na infância podem criar padrões mentais que refletem nossos comportamentos atuais;
- Casos clínicos de criança com TOC, adolescente com depressão, adultos com problemas de relações.
Também ressalta que muitas vezes as práticas de atenção são atreladas à religião, mas que na realidade são processos biológicos que promovem a nossa saúde e funcionam como uma higiene mental, independentes de religião.
“Com o mindsight nosso padrão é a honestidade e humildade, não um falso ideal de perfeição e invulnerabilidade. Somos todos humanos, e ver nossa mente claramente nos ajuda a abraçar essa humanidade dentro de si e de nós mesmos.” Daniel Siegel
Esse é um processo contínuo de observação e aprendizados.