Au Quebec

Vinícius Enguel
Au Quebec
Published in
3 min readJul 22, 2019

O teletransporte é criado, como novo meio de transporte controverso divide opiniões na população.

Gio está organizando uma viagem de formatura junto com a turma. É decidido que será utilizado o teletransporte para irem ao Quebec, a turma toda está animada para a primeira viagem nessa nova tecnologia.

Gio começa a ler muito sobre essa viagem, pois está com medo de ir. Chega o dia, a turma toda está animada e a menina nem pensa sobre o medo que tinha. A viagem é feita individualmente nas cabines. Enquanto espera na fila, ela começa receber fotos de seus colegas que já chegaram no destino. Parecia que o inverno dominava a região.

A vez de Gio chega, ela entra na cabine com suas malas. A funcionária explica que ela pode sentir cócegas durante a viagem, que durará 0.899 segundos.

A mulher fecha a menina e prepara para apertar o botão. Quando a viagem é iniciada, a menina sente uma espécie de choque, como se algo a puxasse. Gio se encontra então numa jogada numa sala escura, quando começa abrir os olhos, alguém aparece e cobre sua cabeça.

Ela fica desesperada, e, ao tentar escapar, percebe que está em uma espécie de laboratório de informática. A menina só consegue pensar que precisa fugir dali, não consegue entender como sua viagem para o Quebec havia tomado esse rumo.

A menina continua ali, por horas, sem entender nada e sem ninguém aparecer também. Após muito tempo, um

homem, provavelmente o mesmo que havia coberto sua cabeça, aparece com um pouco de água e uns biscoitos secos. Com a maior calma do mundo, ele informa que ela havia sido hackeada durante a viagem e seria vendida agora no mercado negro.

Gio entra em desespero, como que a companhia poderia permitir algo desse tipo? O homem seguia explicando sobre como ele era um comerciante de sucesso no mercado negro e a venda de Lolitas estava com uma demanda cada vez maior.

“Mas o que é essa tal de Lolita, eu vou ser isso agora?”, a voz de Gio era trêmula. O homem ficava andando pela sala, da mesma forma que costumamos fazer quando estamos ao telefone. “São bonecas humanas, usada principalmente de forma sexual, querida”. A calma com que ele informava tudo isso apenas aumentava o desespero da menina, “vamos precisar fazer alguns… ajustes em você — prosseguiu o homem — como arrancar seus dentes, para que não corra o risco de morder seu novo dono, cerrar seus membros na altura das juntas e seu comprador fez o pedido especial da instalação de um gancho nas suas costas. Você provavelmente terá um lar muito especial!”.

Gio começa berrar o máximo que alguém amordaçado é capaz. Mas antes que se desse conta, uma agulha encontrava-se inserida em seu braço, ela sentiu que sua força de esvaia, até que ela estava cansada de lutar, cansada de tudo, ela queria apenas… dormir.

Quando retoma sua consciência, Gio não vê nada ao abrir os olhos, estava muito escuro, e também sentia que o ar estava rarefeito. É com algum tempo de consciência que percebe que não consegue se mover, nem brancos, nem pernas, nem o maxilar. Ela finalmente entende que havia acontecido, tudo que o homem prometera ele havia feito, ela estava transformada, mas seguia fraca, ela desmaia.

Enquanto isso, o caminhão transportava Gio rumo ao seu novo dono. Quando o caminho chega, um homem relativamente franzino sai para receber sua encomenda, com uma mensagem de “FRÁGIL” em vermelho chamativo na caixa, ele achou a situação muito irônica, mesmo para aquele tipo de situação.

Ele leva sua nova aquisição para uma espécie de porão adaptada e começa abrir a caixa. Ao finalmente visualizar sua nova aquisição, ele fica paralisado.

A menina, dentro da caixa, começa ver a luz voltando à tona, enxerga de forma embasada, quando as formas tomam foco, a menina tem apenas o tempo de um susto, aquele homem parado a sua frente era ninguém menos que seu pai.

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