O que aprendi em 2013

Neste último texto do ano acho mais do que válido refletir sobre as lições que a vida nos proporcionou neste período. Para uns terrível, para outros ameno, 2013 acabou sendo um grande tapa na cara de muita gente, proporcionando grandes lições de vida.

Passei por muitos trials, então decidi compartilhar algumas das lições mais importantes que pude aprender este ano. Ah, e sinta-se livre para compartilhar também as suas lições!

Meu último dia

Foi neste ano que comecei a encarar a vida de outra forma.

Senti na pele o quão frágil é a nossa existência física. Não viveremos para sempre, mas isso também não significa que viveremos ainda muitos anos. Podemos morrer esta semana, amanhã ou ainda hoje. Nunca se sabe quando um raio cairá em nossas cabeças, quando um carro nos atropelará, ou mesmo quando nossos corações repentinamente irão parar de bater.

Isso me fez perceber o quão tolo é não viver a nossa vida hoje. Deixar de se expressar por medos, ao invés de simplesmente dizer “gosto muito de você”. Inventar desculpas e empecilhos para ir atrás das suas vontades e sonhos. Tentar agradar todo mundo. Encontrar defeitos e não se amar plenamente ou aos outros.

Neste ano, comecei a viver como se cada dia fosse meu último dia de vida. Isso sempre esteve presente na minha consciência, mas nunca vivenciado como sendo a minha verdade.

Não vale a pena guardar rancores, suprimir vontades e amores, segurar o choro, rir baixo, prender quem quer voar, ou buscar uma realidade que não lhe pertence. Seu último dia é hoje.

O amor pode não ser amor

O maior erro da maioria das relações, sejam quais forem, é que elas são estruturadas em cima de medos.

Acabei aprendendo que grande parte dos sintomas de amar não passavam de respostas as minhas inseguranças. Características ruins e medos disfarçados de algo bom dificilmente são enfrentados e superados.

Ao perceber, por exemplo, que ficar ansioso e imaginar realidades perfeitas não são características do amor, mas são obras do medo de encarar a própria realidade, é possível enfrentar, entender e superar estes anseios.

Amor não é nada mais do que querer bem. Ponto.

O básico das relações é que você seja você mesmo.

Este ano, muitas relações foram formadas, mas muitas também foram desfeitas.

O que gera e mantém uma amizade? Gostos e personalidades parecidas? Valores e crenças? Esforço e dedicação?

A resposta talvez seja particular para cada um, mas tenho um grande palpite que aprendi nestes últimos dias.

As relações que não dão certo acontecem quando uma pessoa age para ser agradável para a outra. Acontece sempre que você precisa controlar o que fala, faz e pensa, justamente para se moldar aos gostos da outra.

Embora seja difícil admitir, essa situação acontece frequentemente na maioria das relações. Deixamos de falar palavrões ou putarias para certas pessoas. Filtramos assuntos. Deixamos de tocar, abraçar ou fazer brincadeiras.

Com o passar do tempo, essas relações se tornam um peso, pois não ser quem você realmente é se torna um peso enorme.

Já nas relações saudáveis, simplesmente achamos as outras pessoas agradáveis. Você sabe que não precisa se moldar, assim como aceita a outra pessoa com suas virtudes e defeitos.

Pode ser difícil que alguém não se incomode com suas particularidades, mas ainda assim é muito mais válido ser você mesmo e esperar pessoas que lhe aceitem, do que tentar agradar a todos.

É impossível suprir as expectativas dos outros, então é melhor nem tentar. Pessoas insatisfeitas serão insatisfeitas independente do seu esforço.

Ao entender isto, o segundo passo é aceitar os outros como eles são. Todos os defeitos que odiamos nos outros, não passam de defeitos nossos que não conseguimos lidar. Isto não quer dizer que as pessoas não podem melhorar. Você não chama uma criança que não sabe escrever de burra. Você a ensina a escrever.

Ame os outros como eles são. Ame-se como você é.