Prazer, eu sou a mentoria.

Eu não respondo as suas perguntas porque eu não sou o Google. Eu não te dou o peixe, eu te ensino a pescar. Eu sou a mentoria.

Raíssa Ramos
Avoa
4 min readAug 21, 2017

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Faz 4 anos que trabalho com empreendedorismo e educação, e há 3 que esse trabalho se tornou intenso com o nascimento da Avoa (na época atta e co.criar).

Com 24 anos, 4 anos não se parece muito, mas é significativamente transformador. Começando pelo desenvolvimento pessoal que organizar eventos de empreendedorismo foi capaz de me trazer, pude também me desenvolver como mentora.

Resolvi escrever esse texto porque acredito no papel do mentor no aprendizado através de metodologias ativas, principalmente por que mentorear é uma experiência transformadora e de aprendizado intenso. Essa é a visão do educador que compartilhamos na Avoa, acreditamos que o papel do educador não mais será o de detentor do conhecimento e sim aquele que instiga o aprendizado de cada um e aprende com isso tudo, gerando uma troca entre mentor e “mentoreado”.

Mas antes de tudo, vamos a definição de mentoria:

Mentoria por definição é o ato de alguém mais experiente auxiliar alguém menos experiente. Orientar, inspirar, questionar e servir durante a jornada do “mentorado”.

E que fique claro, tudo isso aí em cima, na prática, não tem nada de bonito. Se você não se preparar para o desconhecido, poderá ser um belo incômodo alguém passar horas no seu pé te questionando e fazendo você provar que não está errado.

Diante da definição acima, gostaria de colocar a minha visão sobre o conceito com base nas experiências de mentorias que já vivi:

Orientar é nunca em hipótese alguma dar as respostas. Orientar é auxiliar para que a pessoa consiga se localizar no caos;

Inspirar é dar a dosagem certa de confiança no trabalho do próximo sem fazer que isso vire brilho demais e trabalho de menos;

Questionar é tirar do conforto, testar argumentações, fazer pensar;

Servir, ah, servir é o melhor de tudo, é estar pronto para ajudar, pra cansar junto, pra desfrutar da jornada, abraçar, sorrir e entender que o crescimento do próximo é também o seu.

Eventos de empreendedorismo costuma ter como característica a sua jornada de aprendizagem mão na massa, ou seja, horas a fio onde os participantes passam por etapas de conteúdo, trabalho e chegam no que em geral é colocado como o ponto de sucesso, do ponto zero ao ponto um (Zero to Hero).

Que seja esclarecedor que este ponto de sucesso está totalmente ligado a experiência de aprendizagem do participante e não de sua colocação ao final do evento. O resultado é importante, mas o processo é fundamental.

Cada ser tem uma formação espiritual, vivencial e educacional, qual fator será mudado, aprendido, internalizado vai depender do processo de aprendizagem de cada um e essa singularidade é extremamente especial.

Como mentora do Hackathon de Educação de Varginha, que aconteceu nesse último final de semana, pude aprender observando e intervindo em muitas situações, porém não posso deixar de falar que geralmente as equipes que dão mais trabalho são as que colhem mais resultados lindos e inclusive menções honrosas. É aí que a jornada faz mais sentido e causa impactos reais e perceptíveis.

Um dos cases de menção honrosa que aconteceu durante a maratona foi o do “Meu tagarela favorito”. Durante toda a jornada elas tiveram três ideias diferentes até chegar na solução final.

Em uma equipe exclusivamente feminina de educadoras, várias emoções e aprendizados surgiram. Apego a ideia, resistência a mudança, dificuldade de foco no trabalho, resistência aos mentores, estresse… até que a superação aparece e dá lugar a uma mudança de perspectiva essencial para o desenvolvimento e andamento da ideia: persistência, autoconfiança, motivação, comunicação, trabalho em equipe, gestão de tempo e UFAA..diversão! Diversão porque ao ressignificar tantos sentimentos e aprendizados, o processo fica leve e divertido.

Momento de expor as ideias. Todo mundo tenso, rs.

No final das contas estamos todos em transformação, basta estarmos abertos, disponíveis. Basta entendermos que a cada conversa há troca de aprendizado, é uma ideia que se complementa aqui, é um novo sentido ali.

Eu volto do Hackathon com essa mensagem de transformação mútua e de gratidão por todas as pessoas que conheci, que troquei e que de alguma forma me ensinaram. Acreditamos em um desenho de um novo mundo através da transformação causada pela educação. E é através de iniciativas como essa que inspiramos educadores a causarem essa mudança. Gratidão ♥

Ah, e por favor, essa é a construção do meu ponto de vista. Fique à vontade para expor a sua experiência nos comentários. Vou ficar feliz demais com essa troca!

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Raíssa Ramos
Avoa
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