Sua garagem feita palco

Poliana Araújo Guerra
Awesome Foundation Brasil
3 min readMar 14, 2017

Com uma primeira iniciativa surgida ao acaso, grupo Ateliê do Titetê promove descentralização da cultura via apresentações teatrais em garagens afora!

Com garagens feitas palco, o grupo segue levando a arte BH afora! (Foto: Estúdio Lapa)

Nascido ao acaso e prontamente vitorioso, com improviso e protagonismo do público, o projeto Garagens Periféricas vem contando, nos palcos, histórias de descentralização da cultura.

A ideia surgiu na surpresa. Em uma apresentação, em parceria com a Cia Faminta de Teatro, em uma festa beneficente, todos prontos, a tempo e à hora, não havia local para a peça. Artistas sem palco, conseguiram a cumplicidade de uma senhora vizinha para se apresentarem na garagem de sua residência, tendo seu banheiro como camarim.

Alguns meses depois, abriu-se edital na Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o novo Descentra Cultura. Daí, caldo quente, farinha nele! Deram nome ao recente improviso de sucesso, fundamentaram e formataram.Ele obteve a maior pontuação dada pela COMIC, Comissão Municipal de Cultura de Belo Horizonte e assim nasceu o “Garagens Periféricas” do Ateliê Titetê, coletivo de palhaços e palhaças.

A recepção da vizinhança foi surpreendente. Os vizinhos, além de comparecer para assistir às peças,oferecem bebidas e pratos, estabelecendo vínculos de carinho e compartilhamento. Outro aspecto relevante, são as ligações telefônicas de pessoas oferecendo as garagens de suas residências para futuras apresentações. O morador oferece a garagem, que é utilizada como espaço cênico e dependendo de seu tamanho, comportando apresentação e público, em um mesmo patamar.

Legendando: arte descentralizada! (foto: Estúdio Lapa)

E aí, neste vínculo que se estabelece, os moradores são considerados não apenas plateia, mas, promotores da cultura no entorno de suas residências. Além de ceder espaço, energia elétrica, água​ e um lanche para os artistas, eles divulgam as apresentações, que são planejadas com a devida antecedência.

Falando de futuro, vêm tentando encaixar o projeto em editais. Em 2017, seguindo seu caráter de descentralização, o levarão a periferias de cidades do interior de Minas Gerais e na busca de parceiros que possam patrocinar. Microfone nas mãos de Cícero Silva, líder do projeto: “E se você que lê essa matéria, quiser nos ajudar, entra em contato conosco. Eu não sei se posso deixar o endereço?!? atelietitete@gmail.com​” Pode sim! Taí, pessoal, atenção.

O retorno maior que esperam é a participação efetiva do público comparecendo para assistir às apresentações, o que vem acontecendo. Esperam ainda, encontrar apoiadores (empresas e entidades públicas e privadas) que os ajudem a manter o projeto por muitos e muitos anos.

Garagem feita palco!

Como artistas, levam desta ‘jornada’, a certeza de que “todo artista tem de ir aonde o povo está”, como realizadores e produtores culturais, o aprendizado de que a formação de público no Brasil, deve sempre considerar outras lógicas de produção que contemple e garanta o acesso das populações menos privilegiadas economicamente, porque todas as pessoas tem direito ao prazer proporcionado pela arte.

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Poliana Guerra (autora)

Na Awesome Foundation Minas Gerais, Poliana cuida da divulgação dos projetos incríveis que financiamos para todo o mundo! Ela é mãe de Lourenço, vive em Nova Era e seu super poder é agregar

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