CASO MÉRCIA NAKASHIMA: “A única coisa que eu não quero no julgamento é o sensacionalismo”, diz juiz Leandro Cano

Ayrina N. Pelegrino Bastos Maués
Ayrina Pelegrino
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2 min readJun 14, 2018

11/03/2013–10h39

Ayrina Pelegrino

Por volta das 10h desta segunda-feira (11/03), teve início o julgamento do advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo, acusado pelo homicídio da advogada Mércia Nakashima em maio de 2010. Na abertura do julgamento, o juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano comentou sobre a decisão da transmissão ao vivo por rádio, televisão e internet. “Pensei muito do por que do julgamento ser televisionado, a única coisa que não queremos é o sensacionalismo. Nunca tiveram um magistrado que permitisse tal liberdade para vivenciar o cotidiano do poder judiciário”, disse Cano.

O juiz explicou que tem o controle de todas as câmeras do tribunal, e se ele considerar que a exibição está influenciando de forma negativa no júri, ele irá cancelar as imagens e o som transmitido. “Esse julgamento trará maior transparência ao público. Esse caso provocou uma grande repercussão na imprensa e eu temia que isso influenciasse os jurados. Mas hoje eu estou tranquilo,” comentou Cano.

De 25 dos jurados chamados, apenas 19 compareceram, número suficiente já que a lei exige a presença de, no mínimo, 15. De acordo o juiz, o julgamento não irá expor a imagem dos jurados.

A acusação e a defesa podiam recusar três jurados cada. Foram escolhidas 5 mulheres e dois homens.

O caso

A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desapareceu no dia 23 de maio de 2010 depois de visitar a casa da avó, em Guarulhos.

No dia 10 de junho, o carro da advogada foi encontrado em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Um dia depois, o corpo dela foi encontrado no mesmo local.

Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada (na mão e no rosto), desmaiou, mas a causa da morte foi afogamento pois ela não sabia nadar.

Cerca de um mês antes do desaparecimento, Mizael e Mércia terminaram o relacionamento de quase quatro anos. Para o promotor, Mizael se sentiu “rejeitado e humilhado” pela vítima com o fim da relação.

A perícia constatou que o sapato de Mizael tinha vestígios da mesma espécie de alga encontrada na represa de Nazaré Paulista, além de sangue.

O vigia Evandro Bezerra Silva é suspeito de ter auxiliado Mizael no crime. Silva está preso desde junho do ano passado e irá a júri popular, no dia 29 de julho deste ano.

http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/61145/%93a+unica+coisa+que+eu+nao+quero+no+julgamento+e+o+sensacionalismo%94+diz+juiz+leandro+cano.shtml

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