CASO MÉRCIA NAKASHIMA: Alga no sapato de Mizael é a mesma de represa onde corpo foi encontrado

Ayrina N. Pelegrino Bastos Maués
Ayrina Pelegrino
Published in
3 min readJun 14, 2018

11/03/2013–17h24

Ayrina Pelegrino

Na tarde desta segunda-feira (11/03), foi ouvida a segunda testemunha de acusação do julgamento de Mizael Bispo, o biólogo do Instituto de Botânica, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Carlos Eduardo de Mattos Bicudo, especialista em algas. Foi ele quem constatou que a alga encontrada no sapato de Mizael é compatível com a existente na represa em Nazaré Paulista, onde o corpo de Mércia foi encontrado.

A testemunha não autorizou a veiculação da sua imagem, apenas do áudio. E pediu que o réu se ausentasse durante o depoimento. Questionado pelo promotor Leandro Jorge Bittencourt se o sapato esteve em contato com ambiente similar ao da represa de Nazaré, o especialista afirmou: “Sim, o sapato tem de ter entrado na água, pisado na vegetação, que colou na sola do sapato. Provar que este sapato pisou em outras represas é praticamente impossível”.

O biólogo afirmou que o parecer técnico, juntado pela defesa, está “totalmente equivocado”. A alga pode ser encontrada em água doce, não vive em ambiente terrestre, nem em água corrente.

Em meio a vários questionamentos, o biólogo afirmou que não recebeu honorários para fazer o laudo. Prestou o serviço gratuitamente.

Márcio Nakashima

A primeira testemunha a depor no julgamento de Mizael Bispo foi o irmão de Mércia, Márcio Nakashima. Ele também, antes de ser ouvido, pediu a saída de Mizael do plenário.

Segundo Márcio sua família não hostilizava Mizael. “Ele fala que foi hostilizado. Isso é uma mentira. Eu até jogava bola com ele”, afirmou, rechaçando a afirmação da defesa de que Mizael se sentia humilhado pela família. Márcio também negou que não gostasse de Mizael por questão de racismo.

Segundo Márcio, o réu teria mudado seu comportamento a partir do segundo ano do relacionamento com sua irmã. ” O que afastou a Mércia do Mizael foi essa postura dele. Ele foi se transformando em um sujeito possessivo e ciumento. Ficava cercando a Mércia, indo na casa dela a toda hora”, disse.

Para o irmão de Mércia, essa foi uma das razões pela qual o relacionamento terminou. A outra foi por problemas relacionados com a sociedade que Mércia e Mizael tinham um escritório de advocacia. Segundo Márcio, Mizael não repassava os honorários à irmã.

“Quando separou o escritório, a Mércia se afastou um pouco e o Mizael nunca aceitou isso”, depõe. “Um dia Mizael chegou [no escritório novo] muito nervoso e chegou a ameaçar ela de morte”, declarou Márcio. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento.”

No dia do desaparecimento de Mércia, Mizael ligou para a ex-namorada, ela chegou a desligar o celular para não atender à ligação. “Ele gostava de controlar e isso era uma coisa que me incomodava”, afirmou.

Segundo Márcio, Mizael só parou de ir atrás de Mércia quando ela desapareceu. “Eu cheguei a procurar o Mizael para pedir ajuda porque achei que fosse sequestro, mas ele negou”, disse.

http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/61159/alga+no+sapato+de+mizael+existe+na+represa+onde+corpo+foi+encontrado.shtml

--

--