CASO MÉRCIA NAKASHIMA: Julgamento de Mizael Bispo é marcado por discussões

Ayrina N. Pelegrino Bastos Maués
Ayrina Pelegrino
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3 min readJun 14, 2018

12/03/2013–08h40

Ayrina Pelegrino

Mesmo com advertências feitas pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, o primeiro júri televisionado do estado de São Paulo foi marcado por várias discussões. Para baixar o calor do momento, o juiz Leandro Bittencourt Cano pediu calma. “Vamos nos conter sobre as ofensas pessoais”, disse Cano. O juiz teve que desligar as câmeras mais de uma vez .

Nesta terça-feira (12/03), recomeça o julgamento do policial militar aposentado e advogado Mizael Bispo, acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima. Está previsto o depoimento do delegado Antônio de Olim, responsável pelas investigações. Além de mais oito testemunhas arroladas — duas de acusação, cinco de defesa e uma do juízo.

Na segunda-feira (11/03), foram ouvidas três testemunhas da acusação. O irmão de Mércia, Márcio, construiu o perfil de Mizael como possessivo e ciumento. Ele se emocionou várias vezes. Márcio contestou a afirmação da acusação de que sua família hostilizasse Mizael. Segundo o irmão de Mércia, o réu frequentou a casa da família em várias ocasiões. “Ele fala que foi hostilizado. Isso é uma mentira. Eu até jogava bola com ele”.

O biólogo do Instituto de Botânica, Carlos Eduardo de Mattos Bicudo, constatou que a alga encontrada no sapato do acusado era semelhante a da represa onde a vítima foi encontrada morta. “Sim, o sapato tem de ter entrado na água, pisado na vegetação, que colou na sola do sapato. Provar que este sapato pisou em outras represas é praticamente impossível”, afirmou o especialista.

O engenheiro em telecomunicações Eduardo Amato Tolezani analisou o local onde foram feitas e recebidas chamadas pelo celular do réu no dia da morte de Mércia. Ao cruzar essas informações com as do GPS do carro de Mizael, ele negou o álibi do réu de estar no Hospital Geral de Guarulhos (na Grande São Paulo) no horário da morte da vítima. “Os dados sugerem que as ligações estão acontecendo de locais diferentes do GPS”, afirmou o engenheiro. “É possível dizer com 99,99% de certeza”, disse o engenheiro.

O caso

A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desapareceu no dia 23 de maio de 2010 depois de visitar a casa da avó, em Guarulhos.

No dia 10 de junho, o carro da advogada foi encontrado em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Um dia depois, o corpo dela foi encontrado no mesmo local.

Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada (na mão e no rosto), desmaiou, mas a causa da morte foi afogamento pois ela não sabia nadar.

Cerca de um mês antes do desaparecimento, Mizael e Mércia terminaram o relacionamento de quase quatro anos. Para o promotor, Mizael se sentiu “rejeitado e humilhado” pela vítima com o fim da relação.

A perícia constatou que o sapato de Mizael tinha vestígios da mesma espécie de alga encontrada na represa de Nazaré Paulista, além de sangue.

O vigia Evandro Bezerra Silva é suspeito de ter auxiliado Mizael no crime. Silva está preso desde junho do ano passado e irá a júri popular, no dia 29 de julho deste ano.

Publicado em:

http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/61174/julgamento+de+mizael+bispo+e+marcado+por+discussoes.shtml

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