CASO MÉRCIA NAKASHIMA: “O réu matou sim, ele se sentia humilhado, o lixo dos lixos”, diz promotor

Ayrina N. Pelegrino Bastos Maués
Ayrina Pelegrino
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3 min readJun 14, 2018

14/03/2013–11h56

Ayrina Pelegrino

Nesta quinta-feira (14/03), retomaram os trabalhos do julgamento de Mizael Bispo com o debate entre a defesa e a acusação. Segundo o promotor Rodrigo Merli Antunes, Mizael é realmente culpado. “O réu matou sim e tinha motivos para isso. Ele se sentia rejeitado, o lixo dos lixos”, disse Merli.

Foram mostrados trechos de e-mails trocados entre Mizael e Mércia que mostravam que ele não tinha um bom relacionamento com a vítima. Ela ignorava todos os telefonemas dele, e ele não aceitava isso.

Os advogados de acusação criticaram a postura de Mizael no interrogatório afirmando que ele tentou se fazer de vítima. “O espetáculo foi algo bastante deprimente. Não se seduzam com eventuais cenas emotivas, com choros providenciais. Ele não teve qualquer sentimento de piedade com a vítima”, disse o promotor. “Peço aos senhores que façam Justiça. Que se atenham às provas dos autos”, completou o promotor.

Merli também disse ser uma mentira que o réu não usasse arma de fogo. O promotor lembrou que durante as audiências de instrução o réu desafiou-o a ir a um clube de tiros para mostrar como atira bem.

Quanto ao álibi, o promotor negou a existência da garota de programa que estaria com Mizael na noite da morte de Mércia. “Lorota, conversa fiada. Se ela existisse já estaria aqui há muito tempo. Ficou claro que tentou forjar o álibi”, diz Merli.

O promotor questionou quem poderia ter sido se não foi Mizael. “Quem então teria interesse de matar Mércia Nakashima?” Ele ressalta que Mércia nunca teve inimigos, mas sim um relacionamento conflituoso com Mizael, réu no julgamento e ex-namorado da vítima.

Merli falou sobre o telefone que Mizael usava mas que não estava em seu nome. segundo o promotor, o rastreamento do celular mostrou 19 ligações entre Mizael e Evandro no dia do crime e pelo acionamento das antenas de celular, mostra que eles estavam nas proximidades onde ocorreu o assassinato.

“A prova técnica o coloca sim na cena do crime. As antenas de celular bem demonstram que ele ficou no encalço da vítima junto com o senhor Evandro”, afirmou Merli.

Ele ainda cita a prisão de Evandro da Silva como prova de que o rastreamento de celular funciona. “Foi através dele que a polícia chegou a Evandro no Nordeste”. A defesa de Mizael havia afirmado que o rastreamento das antenas de celular é falho.

“Evandro recebeu visitas dos advogados de Mizael em Tremembé 2 para mudar meu depoimento. Os irmãos de Mizael ofereceram dinheiro para ele mudar depoimento. Evandro chegou a confessar em depoimento que Mizael cometeu o crime e que foi buscá-lo próximo à represa, só mudou a versão depois do contato que teve com o seu advogado. Quando viu que a casa ia cair, (Evandro) disse que foi torturado”, explicou Merli.

“O mundo conspirou contra o Mizael? A ERB (Estação Rádio Base) está maluca? Então a alga não existe, foi plantada. O rastreador tinha problema. O sangue não era sangue. O fragmento ósseo não é fragmento. E Evandro foi torturado. Tudo isso precisa acontecer para que ele seja inocente. Não existem coincidências”, citou o promotor.

“Ninguém quer a condenação do Mizael por que ele não foi padrinho de Cláudia (irmã da vítima) ou porque o Márcio irmão de Mércia não gostava dele. Queremos a condenação de Mizael porque as provas o indicam como autor”, afirmou Alexandre de Sá Domingues, assitente de acusação. “Ao invés de contar a verdade cada vez que foi pressionado ele contou uma história diferente. Ele vai ganhar o prêmio de mentiroso do ano.”

http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/61251/o+reu+matou+sim+ele+se+sentia+humilhado+o+lixo+dos+lixos+diz+promotor.shtml

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