Resenha documentário “STEVE JOBS: THE LOST INTERVIEW”

Ayrina N. Pelegrino Bastos Maués
Ayrina Pelegrino
Published in
5 min readJun 12, 2018

A Netflix resgatou uma entrevista de Steve Jobs feita em 1995 em um programa chamado Triumph of the Nerds. Steve Jobs nasceu em 1955 em São Francisco, Califórnia. Foi um visionário e é conhecido por ser o cofundador da Apple.

No documentário, ele conta sobre sua juventude, sua primeira experiência com computadores pessoais, sobre sua saída da Apple e sobre a concorrência com a Microsoft.

Seu primeiro trabalho foi na Hewllet-Packard (HP) na juventude. Ele conta que foi lá onde formou sua visão sobre o que deveria ser uma empresa e como funcionários deveriam ser tratados. Eram pequenas coisas como levar donuts aos funcionários, que demonstravam que a empresa reconhecia o valor dos funcionários.

“Nunca fiz isso pelo dinheiro, o mais importante era a empresa, as pessoas, os produtos que fazíamos. Só o que importa para mim é fazermos a coisa certa. Faço o que faço com paixão.” (Jobs, 1995, The Lost Interview)

Ainda na juventude, junto com seu amigo Steve Wozniac construiu a blue box, um telefone a satélite em que não precisava pagar pelas ligações. Essa experiência foi muito importante para ele, pois mostrou que ele poderia construir alguma coisa do nada.

“E aprendemos que poderíamos construir algo, nós mesmos que poderiam controlar inraestruturas de bilhões de dólares pelo mundo.” (Jobs, 1995, The Lost Interview)

Ele ensina que nos negócios muitas coisas são folclóricas, elas são feitas por que foram feitas anteriormente, então se você estiver disposto a fazer muitas perguntas e trabalhar pesado você aprende o mundo dos negócios rápido.

Em 1985, saiu da Apple por desentendimento com John Scully, CEO da empresa, que havia vindo da Pepsico.

Para Jobs, Scully tinha uma “doença” que era pensar que uma grande ideia era 90% do trabalho. Segundo Steve, existe muita técnica entre ideia e o que chega ao público, pois a ideia se modifica, deve ser discutida, “polida”, não continua a mesma do princípio. Ele fala sobre não ser o processo quem importa, mas sim o conteúdo. Jobs também fala que Scully destruiu tudo que ele trabalhou por 10 anos.

Após sair da Apple, ele criou a empresa Next. Um dos softwares da Next se transformaria no coração do MAC na forma de OS X. Nesse período, que é o da entrevista ele prevê a morte da Apple.

“Os valores da Apple foram sistematicamente destruídos.” (Jobs, 1995, The Lost Interview)

A essência que era o inovar de forma substanciosa havia acabado na empresa.

Dezoito meses depois, vendeu a Next para a Apple e passou para o comando da Apple novamente, a Apple estava a 90 dias da falência. Steve foi responsável pela renascença corporativa tornando a Apple a empresa mais valiosa dos EUA.

Na entrevista também são discutidos alguns projetos de Steve Jobs, eles conversam sobre a construção dos primeiros computadores pessoais como o Apple 1 e 2. Sobre o modelo Lisa, muito a frente do seu tempo, mas não havia entendimento fundamental do conteúdo e era muito caro. Macintosh que era mais barato, mas foi considerado um fracasso. Jobs também participou da construção da primeira impressora a laser junto com a Xerox.

Sobre as pessoas que trabalhou, Steve Jobs diz que muito do seu sucesso se construiu por ter encontrando pessoas realmente habilidosas, em vez de aceitar jogadores medianos.

Jobs também fala sobre a concorrente Microsoft, que eles tiveram uma fantástica oportunidade nesse mercado e continuam trabalhando nisso bem. Mas diz que eles não têm ideias originais e não inserem muita cultura no produto, que conquistaram o que ganharam, mas tem produtos de baixa qualidade.

“Não tem espírito, Microsoft é como Mc Donald’s.” (Jobs, 1995, The Lost Interview)

Nessa frase, Jobs está se referindo a qualidade dos produtos feito pela Microsoft, querendo dizer que eles poderiam oferecer coisas melhores, poderiam oferecer mais tecnologia, mas não o fazem.

Jobs também prevê o futuro ao ser responder como acha que seriam as coisas depois de 10 anos. Para ele, os softwares se tornariam grande facilitadores em nossa sociedade. A internet e web se tornariam dispositivos para comunicação. E que bilhões de dólares em bens e serviços iriam para web, virando o canal de distribuição definitivo e direto com o consumidor. O que se concretizou pois hoje através da internet fazemos compras, usamos redes sociais etc.

“No futuro, a web será importante naquilo que fez para a sociedade.” (Jobs, 1995, The Lost Interview)

Os homens constroem ferramentas que ampliam as habilidades humanas, como o caso dos computadores. Jobs pegou o melhor e propagou para que todos pudessem evoluir com coisas melhores.

Steve Jobs foi um visionário, tinha muita criatividade e determinação, não é à toa que até hoje é venerado por muitos. Ele soube que para se manter no mercado é preciso sempre inovar. Sempre fazer o melhor trabalho e oferecer isso as pessoas. Seu trabalho no campo da informática foi notável, desde a criação de protótipos de computadores que se transformaram em avançados computadores pessoais. Ele mudou o rumo da história do mundo digital.

O conceito de a ideia inicial ser bruta e ter que ser polida com discussões é muito verídica também. Você melhora a ideia, vê os pontos negativos e positivos, pensa, repensa e pensa de novo. E não é só ter a ideia tem muita técnica envolvida, como fala Jobs, para algo ser produzido deve-se também trabalhar duro em cima disso. Com os melhores funcionários, com diferentes vivências, técnicas e ideias.

Com base na estratégia do “oceano azul” de W. Chan Kim, pode-se dizer que Steve Jobs viu no mercado dos computadores pessoais um “oceano azul”, um lugar sem concorrência, o espaço de mercado desconhecido. Enquanto o “oceano vermelho” é o conhecido, mercado já existente. Ele e sua empresa exploraram a tecnologia e criaram um novo setor a ser explorado. Por isso sua empresa se tornou tão lucrativa em tão pouco tempo e aos 30 anos ele já era rico. Comercializar nesse “oceano azul” é altamente lucrativo, as regras do jogo ainda não estão definidas, tornando a concorrência irrelevante. E foi isso que Jobs sempre quis inovar e perseguir novas oportunidades.

O marketing da Apple criou vários brand lovers, fãs capazes de comprar produtos apenas por serem da marca.

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