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Mostra de design gráfico: a Folha Ilustrada
Faltam aindas algumas páginas, mas já dá pra passear pela exposição de um tempo editorial que já passou
Fui diagramador da Folha de S. Paulo em meados da década de 1980 e tive a grata oportunidade de criar e produzir — com uma liberdade amplíssima, próxima a uma plena direção de arte — várias capas muito bem avaliadas do caderno cultural Folha Ilustrada.
Em tempos em que a Editora Abril encerra, em agosto de 2018, a existência de várias publicações, em tempos de reinvenção, por aqui e pelo mundo afora, da imprensa impressa em papel — enquanto a imprensa que impregna as retinas é um sucesso, faltando pouco para equacionar a lucratividade plena dessas operações, tudo levado em conta, o que vai abaixo nem é nostalgia: cada momento daqueles intensos fechamentos foi um aprendizado, com reverberações no entendimento de processos e da noção de pensamento editorial, um dos pilares do meu livro e da minha tese de mestrado.
Essas amostras foram retiradas de um tabloide editado pela redação com as melhores capas e páginas publicadas em todas as editorias — na Ilustrada, quase todas as capas foram minhas, mas claro que tivemos ali outros manos, como o legendário Faraó, o Renato Brandão e o Joca. Tenho imagens e até fotolitos de outras páginas, em algum momento incluo aqui.
Também vale lembrar que se consegui fazer alguma farra na Ilustrada isso se deveu pela sorte, de um lado, e pela sensibilidade do ainda mais lendário Milton Rodrigues Alves, o Miltão, que me contratou para aquele quente caldeirão e me segurou nas fogueiras :) Caio Túlio também me salvou de uma confusão…
Aqueles dias temperam de alguma forma vários dos meus passos posteriores. Siga os passos e as legendas das páginas — ou quadros? — desta breve exposição.