As Fases do Estresse e como evitar o Burnout

Vanessa Mattos
Badico Cloud

--

O estresse é um fator comum na vida de qualquer pessoa, sendo ele um sinal muito importante para medirmos aspectos emocionais e ponderarmos limites. Inclusive, ele é o grande medidor para o Burnout, termo usado para designar um esgotamento na relação com o trabalho. Por isso, esse artigo visa te auxiliar a entender as fases do estresse e como desenvolver recursos para proporcionar mais qualidade de vida e bem-estar na relação com o trabalho.

Como mencionado, o estresse é um indicador. Mas porque ele é tão importante?

Primeiramente porque é comum na relação com o trabalho haver cobranças que são intrínsecas ao trabalho, com atividades e responsabilidades. Todavia, em alguns momentos essas responsabilidades podem aumentar drasticamente e gerar conflitos internos e externos para o trabalhar. E esse aumento, nem sempre é algo totalmente externo, vindo de outra pessoa, pode também ser interno: vindo de você mesmo.

Em segundo lugar, é importante estarmos de olho no estresse pois ele é o causador de muitas das doenças psicossomáticas, ou seja, que possuem causas psicológicas. Inclusive, alguns sintomas psicossomáticos são bem comuns no dia a dia de alguém que lida com o estresse, como dor de cabeça, palpitações, tremores na pálpebra e assim por diante.

Conhecendo as Fases do Estresse:

As fases são uma separação didática para nos ajudar a monitorar o avanço do estresse na relação com o trabalho. Com elas, você pode ter uma ideia de diferentes intensidades e fazer uma análise de onde você se encontra.

1ª fase: Alerta

Quando é possível perceber o que está ocasionando o estresse e você tem condições de lidar com aquilo. Ou seja, os estresses do dia a dia que você vivencia e possui recursos para lidar com eles. É importante destacar, que um esgotamento mental e emocional, o qual chamamos de burnout se caracteriza pela acumulação desses estresses. Por isso, os estresses cotidianos estão nessa fase de alerta pois servem como indícios de coisas que precisam ser trabalhadas para não acumularem em algo pior.

2ª fase: Resistência

Quando os eventos estressores começam a gerar maior angústia, medo e ansiedade. Ou seja, você ainda tem recursos internos pra lidar com o que lhe afeta, mas eles passam a lhe afetar de forma mais intensa, se perpetuando a preocupação em outros contextos da sua vida. Existe aqui então, uma resistência maior do estresse na sua vida, passando a estar mais frequente.

3ª fase: Pré exaustão

Nessa etapa o estresse já está mais agudo, com sinais mais evidentes. Inclusive, é possível ver mais reações no corpo — somatização — daquilo que a mente e as emoções não estão processando mais. É comum haver a constância de dores de cabeça, aceleração e ansiedade. Mesmo com os estresses, é possível ainda manter uma relação com o trabalho.

4ª fase: Exaustão

Quando o estresse atinge níveis altos, gera o esgotamento dos recursos internos emocionais e racionais para lidar com aquilo. Cada pessoa irá lidar de uma forma diferente com esse momento, mas a relação com o trabalho se torna totalmente desgastante. Algumas pessoas podem não ter mais condições de ir ao trabalho, com constantes idas ao médico e uso de medicação. Outras podem conseguir se manter trabalhando apenas sob efeito de medicações e com jornada reduzida.

Como evitar o Burnout

O burnout não acontece do nada, aparecendo sem avisar em um dia qualquer. Ele é a soma de diversos fatores estressantes que foram sendo acumulados e não digeridos. Por esse motivo, a melhor forma de evitar o burnout é prevenindo o acúmulo de estresse.

E essa prevenção perpassa estar atento(a) aos estresses cotidianos e buscar lidar com eles de forma saudável. Se preciso, buscar ajuda psicológica para trabalhar os estresses mais intensos. Algumas ações práticas:

  1. Buscar autoconhecimento: conhecer a si mesmo é conhecer também o que lhe estresse e o que lhe acalma. É o caminho para lidar melhor com os estresses.
  2. Aperfeiçoar a comunicação de desconfortos no trabalho: lidar com chefes e colegas de trabalho se torna menos desafiador quando conseguimos expressar os nossos desconfortos.
  3. Invista em lazer: seu tempo de lazer é crucial para que os estresses obtenham espaço de vazão e você possa sentir que não está apenas vivendo de trabalhar.
  4. Dialogue: conversar com pessoas de sua confiança sobre o seu dia a dia é uma forma de elaborar melhor tudo o que está acontecendo e dar significado para o que está sentindo.

E aí, já conseguiu verificar em que fase do estresse você está?

Vanessa Mattos
Psicóloga — CRP 12/19336

--

--