O que define uma boa experiência?

Fausen Cauã Carvalho dos Santos
Badico Cloud

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Ao pensar no que caracteriza algo como bom ou ruim, as definições podem ser muito subjetivas, variando de pessoa para pessoa, porém, quando tentamos definir a qualidade de um design ou de uma experiência em si, essa subjetividade é um pouco mais restrita.

Mesmo que você não seja um(a) designer deve ser fácil usar uma interface e dizer se a sua experiência foi satisfatória ou não. O que pode ser difícil é identificar o porquê de ter sido como foi.

Vamos começar pensando em um exemplo muito presente no nosso cotidiano, que são as portas, onde devemos empurrar e acabamos puxando e vice-versa. Esse tipo de caso é mais comum do que parece, pois em diversos objetos ou interfaces a experiência do usuário é prejudicada por pequenos erros, desde nomenclatura até características visuais.

Este artigo tem como objetivo identificar algumas dessas características que definem uma boa experiência e como utilizá-las.

Vamos pensar novamente sobre portas…

Uma porta formula apenas duas perguntas essenciais: Para que direção ela se move? De qual lado deveríamos manejá-la? As respostas devem ser dadas pelo design, sem necessidade de palavras ou símbolos, e certamente sem nenhuma necessidade de tentativa e erro.

Na frase acima, Don Norman traz à tona que as respostas para o uso de um objeto devem ser encontradas no próprio design, algo que também pode ser levado em consideração quando falamos de interfaces digitais. Por exemplo, quando estamos projetando telas para um app e acabamos optando por utilizar ícones sem texto para economizar espaço, uma prática um tanto quanto comum que pode acarretar em uma experiência ruim, uma vez que ícones sem texto muitas vezes não deixam claras suas funções.

Boas experiências do usuário devem criar produtos que são intuitivos e fáceis de usar. Certo, mas o que pode ser feito para que a experiência do meu design seja boa? Vamos ver agora…

Ele deve ser:

1. Utilizável

Quando categorizamos um produto como “utilizável”, significa que seu design, estrutura e funcionalidade são claros de identificar e fáceis de usar. E pensando no desenvolvimento do produto, existem alguns questionamentos que podem ser feitos para assegurar que seu produto seja utilizável, como por exemplo:

  • Tudo no design é fácil de encontrar?
  • Qual a dificuldade de realizar tarefas específicas no meu design?
  • Eu consigo entender facilmente do que se trata?

2. Equitativo

No mundo de criações de interfaces e no UX Design no geral, o pensamento de inclusão deve ser sempre a primeira coisa a ser pensada antes de tudo. Não com o intuito de igualar a experiência para um tipo específico de usuário, mas incluir de forma equitativa, com soluções práticas e usáveis que atendam os usuários com diversas características, habilidades e origens distintas. Ou seja, o produto deve fornecer ferramentas que garantam a mesma experiência final. E para isso, questione:

  • As necessidades de um grupo diversificado são consideradas?
  • Meu design também foi pensado para atender os grupos sub representados e excluídos?

3. Agradável

Um design agradável deve encantar de forma que o usuário sinta seu sentimento refletido e gere conexão com a interface. Um design não necessariamente precisa ser agradável para ser funcional. Mas um design agradável agrega muito a funcionalidade de um produto. Então, quando pensar em agradar, lembre-se de questionar:

  • Existem aspectos que consideram os sentimentos do usuários utilizando o meu design?
  • O design mantém o usuário envolvido durante a experiência?

4. Usável

Diferente do primeiro tópico deste artigo, onde definimos um design utilizável como sendo algo de fácil identificação, temos também que pensar se o design é usável. Ou seja, seu produto deve resolver problemas do usuário, pois, um produto usável nem sempre é utilizável e vice versa. Uma definição se refere ao produto funcionando e a sua facilidade em usar (Utilizável), já o outro está se referindo a capacidade de resolver os problemas do usuário (Usável). Portanto, para assegurar os tópicos acima, alguns questionamentos podem ser feitos como:

  • O design resolve algum problema do usuário? Se sim, qual?
  • O design é crucial para que o usuário atinja um resultado específico?

Por conseguinte, passamos por alguns tópicos que levantam questionamentos cruciais quando estamos projetando novas interfaces, e todas as quatro práticas apresentadas podem ser de grande ajuda quando estamos preocupados em garantir uma melhor experiência para o usuário final. Obrigado por ler até aqui ;)

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