Por que levar em conta o UX Cognitivo
Quando falamos de experiência do usuário, muitas coisas podem vir à mente. Especialmente sobre projetar experiências, devemos levar em consideração as Heurísticas de UX.
As Heurísticas são, nada mais nada menos que uma abordagem para a resolução de problemas. Dá pra chamar também nesse caso de boas práticas. É aproveitar das convenções do mundo real e dos padrões cognitivos para fazer do nosso design ainda melhor.
E por falar em cognitivo, vamos falar um pouco de cognição.
Cognição é o conjunto de processos mentais conscientes que se baseiam em experiências sensoriais, pensamentos, representações e recordações¹. Com essa definição, já dá pra entender um pouco o porquê de pensar nela em UX. O modo como lidamos com as novas situações apresentadas a nós é um conjunto de toda a formação que tivemos ao longo da vida, de acordo com nossa experiência, nossa bagagem e nossa configuração cerebral.
Acontece que, apesar de toda particularidade que cada um pode ter a respeito de sua própria cognição, há alguns conceitos aplicáveis de, modo geral, a todos. Existem padrões intrínsecos ao cérebro humano e devemos aproveitá-los ao projetar experiências.
As emoções pertinentes ao nosso cérebro são involuntárias, impulsos que ocorrem naturalmente como resposta aos eventos da nossa vida. Você pode ter, por exemplo, medo de perder algo que considere importante e por entender esse tipo de padrão comportamental, conseguimos enxergá-los como vieses cognitivos. No caso da perda, um exemplo é o viés de Aversão à Perda:
“Nosso medo de perder nos motiva mais do que a perspectiva de ganhar algo de igual valor.”²
E vieses cognitivos podem ser entendidos como atalhos cerebrais para tomada de decisão. Isso porque nosso cérebro toma inúmeras decisões diariamente e economia energética é sempre bem-vinda pra ele. Com isso, utilizamos do nosso conhecimento prévio de maneira quase que inconsciente para escolhas do dia a dia. Esses vieses afetam nosso comportamento, memória, personalidade e tomada de decisão.
Interpretando, então, como as pessoas interagem diariamente com tudo ao seu redor, especialmente as interfaces às quais já estão habituadas, podemos entregar produtos que serão mais fáceis de usar, que trarão uma familiaridade necessária pra que tal produto possa ser bem aceito pelas pessoas. É sobre criar um ambiente que se torne de uso natural, que facilite ações corriqueiras e diminuam a tensão de escolha pra cada ação.
Levar em conta UX Cognitivo não é apenas útil como retorno para a empresa, mas para a cultura geral das interfaces, para a agilidade digital para todas as pessoas conseguirem realizar suas tarefas com tranquilidade. Isso é empático também.
Esse assunto se desdobra em uma infinidade de coisas, então posso trazer um pouco mais sobre tudo isso por aqui. Acompanhe os posts e até a próxima!