Produtividade: fatores que contribuem!

Vanessa Mattos
Badico Cloud

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Ser uma pessoa produtiva tem sido tema de debates importantes, principalmente no campo das profissões que demandam a criação de algo. Diariamente, mais e mais dicas surgem para auxiliar as pessoas na caminhada da produtividade. Da mesma forma que, diariamente, mais e mais pessoas têm se cobrado e se comparado quanto a produtividade. Será que existe um parâmetro aceitável para medirmos quando uma pessoa está sendo produtiva ou não?

Como medir a produtividade?

Não existe uma medida universal de produtividade, mas há especulações de como avaliar. No revolução industrial produtividade era medida com fazer mais em menos tempo. Por mais que sejamos, muitas das vezes, críticos ao modelo industrial, é ligeiramente comum associarmos a produtividade a essa questão também.

Algumas pessoas podem ainda classificar que estão sendo produtivas quando cumprem as demandas colocadas para o dia, dando um checklist nas tarefas. Outras pessoas, podem acreditar que isso se mede através da quantidade de horas e há até quem mensure isso nas entregas realizadas.

Acredito que o conceito primário: de mais em menos tempo se aplique a produtividade em seu termo geral. Todavia, precisamos alinhar isso às possibilidades que se têm. Pois, muitas pessoas podem acabar aumentando a régua de desempenho quando se trata de si mesmas e com isso, acabam se sentindo não produtivas.

Alinhando a régua

Antes de pensarmos nas dicas para se tornar uma pessoa produtividade, precisamos equilibrar a régua da cobrança e do perfeccionismo. Não podemos colocar metas e objetivos em prazos irrealistas de serem cumpridos. Nem podemos atarefar o nosso dia sem pensar nas pausas necessárias.

Estudos comprovam, por exemplo, que pequenas pausas entre reuniões podem aumentar efetivamente o desempenho e a dedicação das pessoas naquele contexto. Isso pois, permite que a mente e o corpo tenham um descanso e se prepararem para a próxima atividade.

Por isso, o primeiro passo para melhorarmos o diálogo com a produtividade é lidar com as cobranças internas. Essa autocobrança é uma grande alinhada da procrastinação. Isso pois, ela alimenta tanta tensão interna, te fazendo pensar que “você tem muitas coisas para fazer” e precisa decidir por onde começar, que é mais fácil sua mente pedir por descanso. Ela te cansa antes de sequer você começar.

Outro ponto para ser trabalhado a fim de melhorar o diálogo com a produtividade é o perfeccionismo. Se não abrimos mão da perfeição inalcançável, vamos continuar nos colocando em situações em que demandaremos mais de nós do que realmente é preciso. E com isso, “atrasaremos” aquilo que poderia ser rápido e produtivo.

Fatores que contribuem a produtividade:

1. Aguçar a criatividade:

Um dos grandes pontos da produtividade é a criatividade e o pensamento rápido para desenvolver soluções as tarefas e demandas. Por isso, aguçar a criatividade é uma forma de ampliar a produtividade durante o sua dia a dia. E como fazer isso? Inserindo diferentes estímulos no seu dia a dia, diferentes da área que você trabalha.

Pense bem, criatividade é pensar novas combinações para coisas que já existem, de forma que outra pessoa ainda não tenha pensado. Por isso, quando inserimos hobbies e atividades diferentes estaremos aguçando a quantidade de “inputs” que colocamos na máquina cerebral da criatividade.

2. Reconhecer limites

Ninguém produz cansado, exausto ou sobrecarregado. Limites são pontos valiosos para que a produtividade caminho para a direção que se deseja. Não existe produtividade sem descanso!

Outro limite importante também é o de conhecimento. Precisamos entender e reconhecer as limitações na nossa aprendizagem, pois nem sempre saberemos tudo sobre aquele assunto.

Por isso, busque verificar quais são as suas limitações de conhecimento como forma de 1) acolher a si mesmo quando não conseguir realizar algo por ter essa limitação momentânea ou permanente e 2) buscar verificar formas de superar essa limitação, se possível.

Esse ponto também irá ajudar a lidar com a autocobrança e o perfeccionismo já mencionados.

3. Maturidade Emocional

Qualquer profissão pode se tornar um campo minado se não cuidamos do nosso emocional. Tenho certeza que você já vivenciou algum dia durante seu trabalho em que você 1) não conseguiu se concentrar; 2) estava preocupado com coisas externas 3) pensou que só queria ficar em casa ou fazendo outra coisa (caso trabalhe de casa).

E se você parar para analisar melhor esse dia, certamente o seu corpo reagiu de alguma forma: respiração acelerada, pensamento cheio, desânimo, cabisbaixo, sensação de peso nos ombros e muito mais. Tudo isso é apenas seu corpo tentando se comunicar com a sua mente para te mostrar uma necessidade.

Desenvolver a maturidade emocional é aprender a reconhecer o que você está sentindo, se empenhar em conhecer as necessidades ali expressas e usar as emoções a seu favor, ou seja, direcionar elas para o que você precisa. Não se trata de ser um robô que consegue se desligar facilmente, mas uma pessoa que consegue compreender o que está acontecendo e encontrar recursos para lidar com a situação, sem fugir de suas obrigações.

4. Buscar Autoconhecimento:

Todos os tópicos anteriores poderiam se resumir a esse apenas, mas a fim de tornar o conteúdo mais fácil de você compreender eu separei desta forma.

O ponto é que quanto mais nos conhecemos, mais fácil fica entender o que contribui NA NOSSA EXPERIÊNCIA para que sejamos produtivos ou não. Inclusive, podemos pensar melhor o contexto que auxilia essa produtividade, eis um exemplo: para mim é muito mais fácil eu ser produtiva se eu tenho uma mesa para trabalho, com pelo menos um notebook próximo e eu esteja vestida razoavelmente formal. Se estou em casa e estou de pijama, mesmo tendo a mesa e o notebook, é mais fácil que eu acabe procrastinando um pouco.

Talvez não seja esse o seu cenário, mas você consiga já desenhar o seu mentalmente. E por que isso acontece?

Pense que dentro de você existem diferentes personagens: o seu “eu” do trabalho, o seu “eu” da família, o seu “eu” do videogame e assim por diante. Todos esses personagens possuem características próprias, desde jeito de falar, se vestir, como agem e se relacionam. E isso é evocado nas relações, ou seja, com o contexto certo. Por isso, quando estamos em um contexto externo que FAVORECE a vinda de um personagem interno, fica mais fácil ele realmente se expressar.

Mas Vanessa, eu acho que ainda não tenho nenhum personagem interno que seja mais produtivo. Bom, nesse caso é o momento de elencar um para ser ou de criar um novo. E para que isso aconteça você precisará de:

  • Disciplina: no sentido de entender o que precisa para que esse personagem apareça.
  • e Constância: manter uma rotina para criar hábitos que te auxiliem na produtividade.

Ah, e se você sentir que esse diálogo precisa de mais vozes, a terapia é um espaço para que esse personagem seja fortalecido e/ou criado.

Esse texto lhe ajudou?

Vanessa Mattos
Psicóloga CRP 12/19336

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