Você é criativo(a)!

Acho impressionante a capacidade que temos de nos esquecer da nossa própria criatividade. Na verdade, o ser humano tem um potencial criativo gigantesco desde a infância. Todavia, a medida que cresce passa a acreditar em mitos sobre o que é criatividade e achar que precisa de muito esforço para exercê-la.

Perceba as crianças, elas criam novas possibilidades e combinatividades sem muito esforço, porque ainda não terem internalizados os filtros da sociedade. Elas combinam cores, elas inventam formas, elas criam o impensável única e exclusivamente porque elas ousam juntar coisas que para um adulto não deveriam ser juntadas.

Mitos sobre criatividade

O palestrante Murilo Gun em seu curso sobre criatividade propôs 4 mitos que geralmente atrelamos a essa habilidade. São eles:

1. O Mito do Artista

Muitas das vezes defendemos a ideia que a criatividade é apenas para as pessoas que estão envoltas em artes. Devemos destacar que as áreas artísticas se beneficiam muito da criatividade. Todavia, elas não são as únicas detentoras dessa habilidade e nem as únicas que podem usá-la como ferramenta.

2. O Mito do Dom

Outra premissa forte é a de que as pessoas nascem ou não criativas. E que, uma vez não criativo, você certamente nunca será. Todavia, esquecemos que grande parte das habilidades que temos hoje foram aprendidas ao longo da nossa vida. Por isso, a criatividade também é algo que pode ser desenvolvido em cada um.

3. Mito da Criação

Esse mito ressalta a ideia de acreditarmos que ser criativo é criar algo “do zero”, “nunca visto antes”, “totalmente novo”. Todavia, Murilo Gun defende a ideia de que as coisas que criamos são sempre combinações diferentes de coisas que já existem. Ou seja, ao longo da vida vamos sendo inspirados por diferentes coisas a combinar e criar novas coisas a partir disso.

4. Mito do Acaso

Aquela famosa expressão da lâmpada em cima da cabeça pode nos dar a falsa ideia de que as grandes ideias criativas surgem do nada, por acaso. Novamente, precisamos contestar essa premissa, visto que são as combinações de coisas previamente acessadas que as formam. Ou seja, é preciso repertório interno para criar algo e isso não surge do nada.

Sobre criatividade

Dessa forma a criatividade não diz respeito a uma parte específica do cérebro humano, mas diz respeito as conexões e interações que todas as partes do cérebro fazem.

Quanto mais ‘inputs’, ou seja, novas informações e estímulos tivermos, mais possibilidades daremos para a nossa criatividade. Cada experiência que temos é um estimulo para novas conexões serem feitas, inclusive as que consideramos criativas, pois eles dão forma para novas ideias.

A criatividade se apropria de combinações novas entre coisas existentes, ou seja, não é criar do nada, mas usar o existente para recombinar.

Porque você precisa incentivar a sua criatividade

Aguçar a sua criatividade lhe ajudará em todas as áreas da sua vida: profissional, pessoal, amorosa, familiar, de amizade e etc. Isso pois, a todo momento lidamos com problemas e situações a serem solucionados. Quando nos tornamos ativamente criativos, incentivamos a busca por essas soluções de forma mais eficaz.

Como incentivar a sua criatividade

A melhor aliada da criatividade é a arte. E com isso não quero dizer que você tenha que pintar quadros, atuar ou tocar algum instrumento. Mas promover um espaço em que não haja regras propriamente ditas e que você se sinta confortável e livre para testar combinações diferentes.

Quando estamos inseridos nesses contextos a nossa criatividade ganha espaço para expressão, desprendendo-se dos filtros sociais impostos.

Por isso, para incentivar a sua criatividade:

1. Tenha um lugar e uma atividade para exercer o criativo: Defina o lugar e a atividade que te dará a liberdade para errar e testar novas possibilidades.
2. Diversifique seu repertório: Tudo com o que você se relaciona se torna repertório. Por isso, busque expandir esse repertório consumindo coisas diferentes no seu cotidiano.
3. Se comunique: A criatividade também é exercida quando alinhamos nossos pensamentos e emoções. Por isso, explicar para alguém ou conversar com pessoas sobre o que você tem pensado é uma boa prática para aguçar a criatividade.

Espero que esse conteúdo lhe tenha sido útil e você invista em seu potencial criativo.

Vanessa Mattos
Psicóloga CRP 12/19336