Fluxo de trabalho do Banco Carrefour para entrega de produtos digitais

Aline Ferreira Musolino
Banco Carrefour Design
6 min readMay 11, 2022

Como construímos uma visão de ponta a ponta iniciando no Discovery e finalizando no Delivery.

Ilustração com fundo degradê que vai do azul para o rosa com ícones que ilustram o processo de design.
Ilustração com fundo degrade que vai do azul para o rosa com ícones que ilustram o processo de design.

O objetivo deste artigo é compartilhar como está sendo a estruturação dos fluxos de trabalho nas nossas Tribos e Squads, considerando as visões de Discovery e Delivery (desenho e desenvolvimento de solução) de forma conectada.

Mas antes de falarmos sobre como está sendo a nossa jornada até aqui, é importante dizer que tivemos alguns motivadores para iniciarmos esse trabalho.

A. Ter um processo estruturado de Discovery. O objetivo aqui é aumentar as explorações e validações dos times antes de investirmos em horas de desenvolvimento, experimentar e validar hipóteses comparando alternativas, realizar provas de conceito e reduzir as incertezas.

O Discovery serve para respondermos perguntas, testarmos ideias e evitarmos sempre que possível priorizar itens que não deveriam ser desenvolvidos.

B. Ter um processo estruturado de Delivery, onde será possível termos mais certezas do que será de fato desenvolvido, uma vez que todo processo de Discovery já foi realizado, educar pessoas que nunca trabalharam em um modelo ágil e facilitar a gestão de produtividade e eficácia dos times.

Por onde começamos…

O primeiro passo desse trabalho foi definir e entender como o Banco Carrefour trataria os seus projetos ou grandes frentes e quais desdobramentos eles teriam dentro das Tribos e Squads. Nesse sentido, definimos que os projetos e as grandes frentes seriam tratados como Iniciativas e que elas seriam compostas pelo o que chamamos de Backlog: Épicos, Histórias de pessoas usuárias, Tarefas, Débitos Técnicos e Problemas. Todos esses itens estão conectados aos OKRs Estratégicos e Táticos.

Conceituando um pouquinho, aqui no Banco Carrefour, tratamos as Iniciativas como um grande projeto ou solução que precisa ser desenvolvida para atingir um ou mais objetivos estratégicos da empresa.

Os Épicos são agrupamento de histórias que geram valor e compõem uma Iniciativa.

E, as Histórias são requisitos pequenos que incrementam o produto na perspectiva das pessoas usuárias.

O segundo passo foi olharmos para o nosso fluxo atual, extrairmos o que há de melhor nele e adaptarmos da melhor forma considerando o modelo de trabalho das nossas Squads.

Iniciamos os trabalhos envolvendo alguns times, dentre eles: Design, Agilidade, Produtos, Tecnologia e Defenders (times responsáveis por avaliar os riscos de cada de entrega do ponto de vista de regulatórios, crédito, legislação entre outros).

Com isso, estruturamos nossos fluxos da seguinte maneira:

1) Visão Tribo (Nível Tático)

Nessa visão adequamos o processo de Discovery e definimos que passariam por esse fluxo as Iniciativas, sendo elas uma hipótese de solução, um problema ou uma oportunidade.

Para cada coluna do fluxo, definimos as políticas para a realização de cada etapa, bem como as pessoas envolvidas.

Aqui tivemos uma grande ajuda do nosso time de Design, que são feras nesse assunto.

As etapas de Pesquisa e Análise, Hipóteses de Solução e Experimentação, são etapas consideradas de suma importância em um processo de Discovery, em que a Experimentação, por exemplo, nos permite comparar alternativas.

Adicionalmente a isso, optamos por incluir uma etapa de Análise de Impacto e Aprovação, para garantir que todas as avaliações de negócios (valor e riscos), viabilidade (tecnologia e operações) e desejabilidade dos clientes sejam feitas antes de seguirmos.

A ideia é que no final desse fluxo tenhamos a Iniciativa aprovada e pronta para construção ou simplesmente a sua não priorização, pois no processo de Discovery foi identificado que ela não se viabilizaria.

Proposta de Fluxo de Discovery
Proposta de Fluxo de Discovery

Além disso, na Visão Tribo teríamos ainda uma visão de Delivery (Desenho de Solução + Desenvolvimento de Solução) para as Iniciativas e Épicos que iniciaram o processo de construção. Falarei mais detalhadamente sobre isso na Visão Squads.

A ideia aqui é mostrar a evolução dos épicos desde a etapa de desenho de solução até a sua entrega em Produção.

Proposta de Visão de Delivery

2) Visão Squads (Nível Times)

Nessa visão adequamos o processo de Delivery, dividindo-o em duas etapas:

2.1) Desenho de Solução

Essa etapa inicia-se imediatamente após a Iniciativa ter sido aprovada e estar pronta para construção. Aqui PMs e POs têm a responsabilidade de iniciar a criação e a priorização do Backlog do Produto através dos seus épicos e histórias.

A etapa de desenho de solução é o momento em que o time de fato inicia a construção dos itens de Backlog, estruturam a solução do ponto de vista de arquitetura técnica e de experiência da pessoa usuária, prototipam, realizam testes de usabilidade e o refinam tecnicamente. Aqui também temos uma etapa onde o time de Defenders avaliará os riscos inerentes a cada entrega, do ponto de vista regulatório, de crédito, da legislação, entre outros.

Proposta de Fluxo de Desenho de Solução

Ao final desta etapa, as histórias da pessoa usuária estão prontas e serão priorizadas dentro das esteiras de desenvolvimento.

2.2) Desenvolvimento de Solução

Nesta etapa, os itens de Backlog priorizados começam a entrar na esteira de desenvolvimento de fato. Os times iniciam a construção técnica desses itens, realizam testes, validam a solução e fazem sua publicação em Produção. Aqui um ou mais incrementos do produto são disponibilizados para clientes.

Proposta de Fluxo de Desenvolvimento da Solução

Ao final desta etapa, as histórias da pessoa usuária são finalizadas e a evolução do épico pode ser vista lá na Visão Tribo — Delivery.

Implementação do Fluxo nas Tribos e Squads

Antes de realizarmos a implementação de fato nas Tribos e Squads apresentamos a versão final para algumas pessoas dos times para feedbacks e possíveis ajustes. Nesse momento também envolvemos os times de Produtos, Design, Tecnologia e Defenders (times responsáveis por avaliar os riscos de cada de entrega do ponto de vista de regulatórios, crédito, legislação entre outros). Foram agendas muito ricas e cheias de aprendizados.

Conversamos com cada liderança para explicar o novo modelo e colher feedbacks.

Fizemos ainda uma Prova de Conceito no Jira, a fim de validar e testar minuciosamente cada fluxo e suas dependências.

Iniciamos um piloto em algumas Squads para posterior implementação em todas as Tribos.

Ah! E também faremos treinamentos com todos os nossos times.

Tanta cautela tem um motivo: queremos criar o menor impacto nos nossos times.

Aproveitando…

Agradecimentos especiais à todas as pessoas que de alguma forma nos ajudaram nesse trabalho, e principalmente as lideranças e colegas do Centro de Excelência de Agilidade e Portfólio (Andrey Varella, Thalita Fabro, Bruno Baars, Fran Ramos, Gustavo Rates e William Bento) que não pouparam esforços para a concretização desse trabalho.

E muita gratidão também ao Alex Machado, Gabi Leal e Alberto Pinilla que não estão mais conosco no Banco, mas que trabalharam muito na versão inicial desse trabalho. Muito obrigada!

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