As Crianças e a Igreja

Alexander Schmemann

Evandro Rosa
Basileia
2 min readOct 5, 2018

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Como regra geral, as crianças gostam de frequentar a Igreja, e essa atração e interesse instintivos no culto da Igreja é a base sobre a qual devemos construir nossa educação religiosa. Quando os pais se preocupam com o fato de que as crianças se cansam porque os cultos são longos e sentem pena delas, eles normalmente expressam de maneira inconsciente sua preocupação não por seus filhos, mas consigo mesmos.

As crianças penetram com maior facilidade no mundo do ritual, do simbolismo litúrgico, que os adultos. Elas sentem e apreciam a atmosfera de nossos cultos na Igreja. A experiência da Santidade, o senso do encontro com Alguém que está além da vida cotidiana, o mysterium tremendum que está na raiz de toda religião e é o cerne de nossos cultos é mais acessível a nossos filhos do que a nós.

“Se não vos tornardes como crianças”, essas palavras aplicam-se à receptividade, ao espírito aberto, à naturalidade que perdemos à medida que abandonamos a infância. Quantos homens têm devotado suas vidas ao serviço de Deus e consagrado a si mesmos à Igreja, pois desde a infância conservam seu amor pela casa de culto e pela alegria da experiência litúrgica!

Portanto, o primeiro dever dos pais e educadores é “Deixai os pequeninos, não os embaraceis” de frequentar a Igreja. É na Igreja, antes de qualquer outro lugar, que as crianças devem ouvir a Palavra de Deus. Em uma sala de aula é difícil de compreender a Palavra — ela permanece abstrata — mas na Igreja ela está em seu próprio elemento.

Na infância, temos a capacidade de compreender, não intelectualmente, mas com todo o nosso ser, que não há maior alegria na Terra do que estar na Igreja, participar dos cultos da Igreja, respirar a fragrância do Reino dos Céus, que é “paz e alegria no Espírito Santo.”

A Liturgia Dominical é uma alegre congregação da comunidade da Igreja, e as crianças devem conhecer e experimentar isso muito antes de poder compreender o significado profundo desse encontro.

Tradução: Evandro Da Rosa
Fonte: http://www.schmemann.org/byhim/childrenandchurch.html

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