NBA no Brasil - um relato sobre a primeira vez

E uma análise resumida, pra quem está pensando em ir nos próximos jogos

Ricardo de Bem
Basquete

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Anteontem, 10 de abril de 2014, a NBA confirmou que o Brasil receberá pela segunda vez um jogo da liga. E hoje, dia 12, faz 06 meses que foi realizado o primeiro jogo, a estréia. Então, julguei ser um momento oportuno para escrever este relato e esta análise.

OBS.: bom, aqui nesta primeira parte tem só a parte legal da coisa, mais fotos, etc... Quem quiser pular direto pra análise, rolar direto até o item “A Análise do todo”:

A jornada: Missão NBA no Rio!

Foi em 2013, outubro. Mais precisamente, 12 de outubro, Dia da Criança. E o melhor presente que eu poderia dar ao meu filho, então com 07 anos, eu dei: levá-lo a primeiro jogo da NBA no Brasil, no Rio de Janeiro. Ele adora basquete, obviamente. Fomos sozinhos, os dois. E foi, certamente, uma viagem inesquecível, para ambos. Daquelas de contar para os netos.

Ingressos do jogo

Desde antes da viagem, já havia, claro a expectativa. A pressa pelo dia. A ansiedade. Afinal, é NBA, parceiro! É Chicago Bulls!

Ah… e ainda tinha a volta oficial do Rose às quadras. E seria em solo brasileiro!

Chegando na Arena
Chegada
Já dentro, em uma das diversas atrações montadas
A ADIDAS arrebentou

E eis que chega a hora! O momento tão aguardado! O jogo!

Resumirei bastante, para não ficar muito extenso. Ficarão de fora momentos como a aparição do Oscar, os shows do intervalo, o discurso do Nenê (e as vaias)… enfim… resumo, mesmo! Vamos lá.

Dudu feliz da vida
Sentamos atrás da imprensa digital, os portais (UOL, Terra, Globo Esporte, Lance…)

E o show começa:

Climão NBA, com Benny The Bull, o clássico mascote dos Bulls, correndo com a bandeira
E elas, as famosas cheerleaders, não poderiam faltar.
O astro, Rose, ao centro
Joaquin Noah, concentrado

E o clássico placar "padrão NBA" está zerado, pronto para o começo da partida!

zero a zero no marcador

Já no início do jogo, mesmo vendo Rose no banco, já corria na Arena a notícia de que ele não jogaria. Foi uma decepção geral. Ninguém se conformava. Mas o espetáculo seguia!

Disputa de bola no garrafão!
Kirk Hinrich, pensando no que fazer
O técnico dos Bulls, Tom Thibodeau
Benny, the Bull sempre aprontando
Fim de jogo. Bulls com magra vitória.

A Análise do todo:

Agora vamos à análise. É difícil ser imparcial tendo vivenciado momentos tão bacanas (sim, foi realmente bacana). Mas vamos lá. Destacarei os aspectos que são, de acordo com a minha visão, os mais importantes:

O valor dos ingressos:

Acho, sinceramente, que os valores dos ingressos poderiam ser menores. Justamente por ser no Brasil, e não nos EUA. Aumentaria a demanda e pra quem é de outros estados, ajudaria na conta final. No total, dependendo do ingresso escolhido + mais avião + mais hotel, perde força aquele raciocínio de que no seu próprio país é muito mais em conta, considerando que neste caso a viagem é exclusiva para ver um jogo, enquanto numa viagem para os EUA, um jogo "faria parte" da viagem e se diluiria no custo total. É diferente. Mas é uma escolha… Bom, vejam os preços do ano passado:

VALORES 2013
Cadeira VIP de quadra frente

Inteira: R$ 2.000,00 10% desconto HSBC: R$ 1.800,00
Cadeira VIP de quadra
Inteira: R$ 1.500,00 10% desconto HSBC: R$ 1.350,00
Nível 1 lateral
Inteira: R$ 800,00 10% desconto HSBC: 720,00 1/2 entrada: R$ 400,00
Nível 1 fundo
Inteira: R$ 700,00 10% desconto HSBC: R$ 630,00 1/2 entrada: R$ 350,00
Nível 3 lateral
Inteira: R$ 400,00 10% desconto HSBC: R$ 360,00 1/2 entrada: R$ 200,00
Nível 3 fundo
Inteira: R$ 350,00 10% desconto HSBC: R$ 350,00 1/2 entrada: R$ 175,00
Nível 3 topo
Inteira: R$ 180,00 10% desconto HSBC:R$ 162,00 1/2 entrada: R$ 90,00

Processo de compra dos ingressos:

A venda dos ingressos começou no dia 08 de agosto. E eu, claro, estava a postos, de plantão, na frente do computador, no dia e horário marcados. Só que muita gente também teve a mesmíssima preocupação, claro. E o site travou um pouco. Ficou lento. E embora muitos lugares tenham ficado disponíveis quase até a data do jogo, muitas das posições que eu escolheria já tinham simplesmente evaporado, dentro daqueles 30 minutos iniciais de múltiplos F5 e reloads…

E em algumas áreas que apareceram livres, a opção de compra não ficava disponível (e tentei em vários navegadores… perdendo ainda mais tempo). E aí, as opções ficavam cada vez mais restritas.

Enfim, é um item que dá pra melhorar, pra este ano. Investir na infra, pra aguentar a demanda. Ao menos nos primeiros dias. Isso, tecnicamente, é comum. E a situação, previsível.

O deslocamento/acesso:

Na ida:
Optamos por ficar na Barra da Tijuca, pela proximidade do local do jogo. Na ida, ainda combinamos dividir o táxi com um pessoal de Belo Horizonte. Dois caras, torcedores do Bulls. Tudo maravilha. Não fosse o nosso amigo taxista, sob o pretexto deste protesto (clicar aqui), ter feito um megadesvio. Bom, reclamávamos do trajeto, ele se explicava… acabamos deixando assim, pra não estragar a programação. Criança junto, horário apertando… enfim… E a corrida acabou custando o valor que pagaríamos sozinhos, pelo trajeto correto. Ok, empate fora de casa é vitória. Mas, mais um ponto pra ficar de olho vivo! (olha a Copa, pessoal… olha a Copa!!! Respeito e honestidade com os turistas!!!)
Na volta:
Já era tarde, quando saímos da Arena. Noite alta. E assim como nós, muitas pessoas dependiam de táxi para voltar. Talvez tenha sido esta a tarefa mais difícil de toda a jornada: conseguir um simples táxi. Nos afastamos um pouco da “massa” que se aglomerou na beira da calçada, pois eram muitos braços levantados, pra pouco táxi passando. Mas, mesmo mais adiante, todos os táxis já passavam com passageiro, pois era muita gente, mesmo (17.000 pessoas, foi o número oficial). Então, decidi que iríamos caminhar até um ponto mais distante, até nos “descolarmos” da multidão. E, se no caminho, surgisse um táxi vago, embarcaríamos. Caminhamos bastante... muitas quadras acima. Quando a muvuca ficou pra trás, aí sim, conseguimos um táxi.
Qual é o ponto, aqui? Poderia haver um reforço de transporte para este momento da saída. Havia muitos, muitos fãs de fora do Rio, naturalmente, e prever transporte extra, seja com vans ou mesmo acionando taxistas de regiões próximas, seria uma medida coerente e acertada.

A organização interna:

Aqui, um dos pontos altos. Tudo transcorreu de maneira tranquila. Fila dentro do normal, entrada ok. A meia-entrada do Dudu aceita de imediato (tinha que levar toda uma documentação, do menor) e a estrutura interna repleta de atividades e distrações pré-jogo.
Depois, já dentro Arena, o pessoal de apoio orientava e ajudava a encontrar os lugares.

As atividades pré-jogo:

Foi uma das boas surpresas. Havia vários estandes, das empresas que estavam patrocinando o evento, como ADIDAS e Sprite, por exemplo, que tinham atividades diversas. Além de venda de camisetas e também, alimentação. Não esperávamos por este “bônus” e já deu pra ter diversão antes do jogo. Um aquecimento…

A experiência do jogo, em si:

Esse nem precisava falar. Ver de perto a qualidade dos caras, participar, torcer, vibrar… sentir o clima NBA… ver o Bulls... as atrações incríveis e divertidas do intervalo, enfim, um show mesmo. Em todos os aspectos. Nota 10!

Conclusão:

Foi um ótimo passeio. Participar da primeira vez da NBA no Brasil. correspondeu a todas as nossas expectativas.

E teve mais do que o previsto... o Dudu teve 03 momentos inesperados e únicos:

  1. Deu uma entrevista para o pessoal da TV HSBC ARENA. Falou sobre o Kobe, sobre o Jordan… sobre basquete;
  2. Entrou em um dos intervalos, junto com mais 05 crianças, para um desafio Netshoes;
  3. E ainda teve a sorte de ser arrastado pela quadra, pelo Benny, mascote do Bulls… ;-)

Ver um filho satisfeito e feliz, sempre nos deixa assim também! Que venham os próximos jogos! We love this game!

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Ricardo de Bem
Basquete

1983: teve seu primeiro computador. Desde 1995, à frente da Divex. Gosta de fotografia, basquete, propaganda, cinema, marketing, vinho tinto e de escrever.