4 dicas óbvias para deixar o seu home office mais saudável

Estamos há quase 2 anos trabalhando de casa e, num primeiro momento, foi uma grande surpresa para todo mundo. Na verdade, um grande mix de sentimentos, que, em muitos casos, perdura até hoje.

Toda a situação pandêmica já foi difícil por si só (e ainda é). Medo, incertezas, preocupações, perdas, muitas perdas, e nenhuma perspectiva do futuro…

Todos tivemos que nos adaptar a uma nova rotina de trabalho. O lugar de descanso virou lugar de trabalho e reuniões, com horários muitas vezes bem complicados e uma nova rotina para assimilar.

Hoje, vários e vários meses depois, podemos dizer que estamos mais habituados a essa realidade. Mas ainda assim deixamos de lado pequenos detalhes que podem melhorar a nossa rotina diária.

E, me pergunto, qual seria o motivo desse “esquecimento” do básico?

Sociedade do Desempenho

Recentemente, li um livro que relatava como vivemos em uma Sociedade do Desempenho. O termo soou familiar de cara e entendi a mensagem sem precisar explorar muito.

Saímos do comando e controle de uma sociedade conhecida como disciplinar e passamos a nós mesmos controlarmos as nossas tarefas, numa sociedade de desempenho.

Mas, no lugar de ceder espaço à compreensão e conhecer os nossos limites, quando exploramos a nós mesmos nos tornamos o agressor e a vítima.

O fato de ser multitarefa e desempenhar várias atividades ao mesmo tempo, seja no ambiente de trabalho ou dentro de casa, por exemplo, fazendo uma refeição enquanto redige a lista de compras.

Sempre estamos fazendo duas, três e até quatro coisas no mesmo momento, e não fazendo nenhuma de forma completa ou com qualidade.

Desde o primeiro dia de home office, percebi que passava mais tempo da minha jornada ligada no computador. Atenta às demandas, solicitações, e-mails, equipe, tudo. Todo o meu foco estava ali, na tela.

As pausas eram muito menos frequentes do que durante o trabalho presencial. Sem encontros e papos na descompressão, alguns minutos de sol na frente do empresarial ou uma caminhada até a cafeteria mais próxima.

E os intervalos, como ficam?

Como RH, nós precisamos sempre incentivar as pessoas da equipe a viver uma rotina de trabalho de forma leve e saudável. Sempre respeitando os seus limites.

Logo no onboarding de novas pessoas, faço um alerta, quase que uma súplica: tire intervalos, quantos forem necessários.

Mas, sendo sincera, muitas vezes nem eu mesma seguia esse meu apelo. Curioso, não?

Nesse momento comecei a reflexão: por que eu não sigo o que falo?

Essa foi a pergunta de um milhão de dólares e que me levou a diversos questionamentos e uma autoanálise. Existe alguma fórmula milagrosa?

O primeiro passo: como, de fato, iniciar essas práticas

Bom, no primeiro momento entendi que tudo é questão de hábito. O hábito de executar essas ações e inseri-las na minha rotina. Não num dia específico da semana, mas todos os dias.

Algumas práticas podem parecer básicas, coisas que nós simplesmente deveríamos fazer. Mas não fazemos. Por que? Ainda não consigo entender.

Só sei que o óbvio, algumas vezes, também precisa ser lembrado. Então aqui estão as minhas dicas óbvias:

1. Respirar fundo

Sim, uma pausa para respirar. Mas respirar de verdade, com consciência, sentindo todos os movimentos do corpo e repetindo quantas vezes forem necessárias.

É uma prática que melhora a oxigenação no cérebro e, de quebra, vai te deixar mais calmo, relaxado.

No dia a dia nós respiramos de forma automática, respiramos para viver. Mas esse pequeno momento de conexão com a respiração garante a pausa nos pensamentos acelerados, na ansiedade.

Minha prática favorita é inspirar, contar 3 segundos (se ficar difícil, é só contar mentalmente “mil e um, mil e dois, mil e três”) e expirar, devagar, seguindo o mesmo fluxo. Repete esse processo três vezes. Pronto.

Prometo que logo após essa prática você e o seu corpo irão agradecer (e, sim, eu sei que você acabou de ajustar a postura).

2. Alongamento e alinhamento na postura

Essa prática acredito que seja a mais complicada, mas muito necessária, principalmente se você quer envelhecer com qualidade.

A nossa postura ao trabalhar, de frente para o computador, tende muitas vezes a não seguir aquele padrão sugerido pela NR 17 (Norma Regulamentadora relativa à Ergonomia).

Algumas curvaturas aqui, outra perna cruzada ali. De uma forma geral, distraídos ou não, podemos estar sentados à mesa de uma forma pouco, ou nada, saudável.

Mas, se pararmos para alinhar a postura e ainda fazer um breve alongamento, com certeza diminuímos os danos.

Afinal, quantas horas do nosso dia passamos sentados de frente para o computador?

3. Levantar, mesmo que apenas por levantar

Um ótimo gancho para o item anterior: levante-se!

Não é segredo que estar sentado por uma quantidade elevada de horas não é bom para o nosso corpo. Circulação, músculos, coluna: tudo clama ao mesmo tempo para que você simplesmente saia do lugar.

Mais uma vez, parece básico, não? Mas dentro do ambiente de home office, nós deixamos de lado algo tão simples como sair da cadeira por algum tempo.

No escritório, as “levantadas” são mais constantes e convidativas. Uma conversa na descompressão, um café na copa, uma passada na mesa do colega.

Mas, em casa, o que nos convida a levantar?

Bom, se não há nada, sinto dizer, você vai precisar arrumar! Nem que seja uma olhada rápida no jardim do vizinho, checar se o pombo do prédio ao lado já deu cria, conferir se as garrafas de água estão cheias…

Não importa o motivo, apenas atenda a necessidade do seu corpo de fazer tudo circular, várias vezes ao dia.

4. Pausa para o lanche, pois saco vazio não pára em pé

A gente até sabe que o nosso corpo é uma máquina, mas nem sempre entregamos combustível suficiente para enfrentar o dia, ou muitas vezes esquecemos que precisamos reabastecê-lo.

Então, parar para se alimentar é mais uma dica óbvia, mas que deixamos de lado durante o dia de trabalho, principalmente dentro de casa.

E o mais importante, saborear o alimento. Comer com calma, sem pressa, mastigando cada pedacinho. Nada de engolir tudo de uma vez.

Durante o trabalho presencial, é muito comum os encontros dentro da copa. Um biscoito ou pipoca compartilhada com o time, além de uma ótima pausa, é um momento de integração.

E dentro de casa? Bom, os lanches serão por sua conta, a ida até a cozinha pode ser um pouco mais solitária. Mas também vale chamar alguém numa videochamada e compartilhar aquele momento.

Por que não dar o primeiro passo?

Eu avisei, são dicas óbvias. Mas, como eu disse: o óbvio também precisa ser dito.

Ficamos tão focados diariamente em uma rotina de trabalho, produção, demandas, e-mails e reuniões, que esquecemos do que realmente importa. Nós mesmos.

Então, por que não dar o primeiro passo para uma rotina mais saudável? E, por consequência, mais feliz?

A mudança é enorme e tenho certeza que você irá se sentir mais feliz.