A banalização dos medicamentos de uso controlado

Baú da Depressão
BauDaDepressao
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5 min readJul 3, 2019

Bom dia pessoas lindas!

Estava esses dias aqui refletindo na quantidade de pessoas da minha família que consomem algum tipo de droga antidepressiva ou ansiolítica. Também conversando com alguns colegas meus, vi como está normal e banal o uso desses medicamentos.

Geração Rivotril

Confesso que uso, mas, procuro não usar! Por sinal, deve fazer mais de um mês que não utilizo Rivotril, a venlafaxina e a pausa com a bebida alcoólica melhorou muito minha ansiedade, uma vez lá que outra sinto a presença dela na hora de dormir, faço meus exercícios de respiração vejo vídeos no youtube sobre qualquer coisa e pego no sono.

Tenho um colega aqui na empresa que nunca foi ao psiquiatra, volta e meia ele vem até mim (como se eu fosse um traficante de Rivotril hehe) e me pede um “remédinho” pois não está se sentindo bem. Já falei diversas vezes para ele ir no médico pois isso que ele sente com o passar do tempo pode se transformar em depressão, porém o que ele me diz é: Não tenho isso todo dia, só quando me estresso ai tomo e passa.

Na casa da minha sogra, todas pessoas usam algum tipo de medicamento contra ansiedade/depressão e são idades bem variadas, de 18 a 87 anos. Isso é preocupante, pois vemos que hoje o que era pra ser uma exceção transformou-se em norma.

O Arsenal farmacêutico

Vivemos em um mundo onde a competitividade e a ânsia pelo sucesso a curto prazo, vem transformando nossos corpos em máquinas. Podemos exemplificar que nosso corpo é como um carro de corrida, quem tiver o melhor pneu, aerodinâmica e aquele “aditivo” na gasolina será o grande vencedor.

O aditivo é preocupante, ao mesmo tempo que melhora o desempenho te acumula impurezas, efeitos colaterais e danos em seu “motor”.

Diferentemente de um carro de corrida é muito difícil a troca e reparo de peças e isso a longo prazo vai levar você pro “ferro velho”.

Pílulas da felicidade, Pílulas da inteligência. São tantos os medicamentos que podem te ajudar, não é? Sim, mas será que realmente isso se faz necessário? Será que outro tipo de terapia, análise não faria reduzir o número de pessoas que abusam disso?

Banalização do uso.

Dando uma passada rápida nas redes sociais vemos um aumento constante de pessoas se orgulhando, postando e relacionando o uso do Rivotril e da Ritalina da mesma forma que a anos atrás se fazia com o álcool.

Postagens ironizando o uso e parecendo ser legal doses altas.

Estudos já comprovaram que o Rivotril é um medicamento com alto índice viciante e o seu uso a longo prazo aumenta em 52% a chance de desenvolver Alzheimer na terceira idade. Você realmente acha isso legal?

A mídia não ajuda.

Hoje pouquíssimas são as matérias televisivas e também nas redes sociais relacionando os males causados por esses medicamentos. Para muitas pessoas um fumante é alvo do câncer, quem consome álcool terá problemas com fígado. Porém, extrapolam no uso de medicamento sem perceber que ele também é um grande problema para todo corpo, principalmente para o fígado e o cérebro. A associação de medicamento de uso controlado com a felicidade é preocupante.

Por outro lado, as gigantes do ramo farmacêutico também não tem interesse nenhum em preservar a saúde e alertar aos usuários quais problemas podem ser causados esses medicamentos, visto o uso indiscriminado e da automedicação. pois se o uso desses medicamentos te fizer algum mal os fabricantes já ganharam uma boa grana, e vão ter outro medicamento para te vender para outro problema que pode ter sido causado. É O MERCADO!

O lado negro das farmácias e médicos.

São incontáveis o número de farmácias que vendem medicamentos de uso controlado sem receita, em todas cidades do país existe um "jeito brasileiro" de conseguir o medicamento controlado e desejado sem prescrição médica.

É bem simples, você chega lá, paga mais caro no medicamento e um dinheiro a mais pela receita, a farmácia no final do dia junta todas receitas e envia para um médico gerar elas e assinar para que tenha como justificar a venda para os orgãos fiscalizadores públicos.

É ruim? não!

Isso é muito bom para algumas pessoas, porém, muito perigoso. Diria que é como emprestar uma arma para um suicida. Você não sabe o que ele fará com aquele medicamento nem mesmo saberás que ele realmente será usado para tratar alguma doença, podendo ser utilizado inclusive em crimes (Caso Bernardo).

Eu sinceramente não sei como tem profissionais da área de medicina com juramento fazer essas coisas. Ansioso do jeito que eu sou, se fizesse isso não ia nem conseguir dormir de noite achando que alguém vai fazer algum mal ou se suicidar com o medicamento que fraudei a receita.

Lado bom da força.

Um cliente cadastrado, que sempre compra o medicamento na farmácia não ter a receita, entende-se a farmácia dar uma ajuda. Mas vender para desconhecido… é um perigo e tanto!

Conclusão

Estamos entrando em uma era que a felicidade e a tranquilidade está vindo quimicamente, da farmácia.

Hoje vejo que a farmácia é uma “biqueira” com CNPJ. Ali está tudo que precisamos sem nem mesmo imaginarmos o que vai acontecer a longo prazo.

O ser humano nasceu programado para ter altos e baixos, todos animais são assim.

Alguns dias estão dispostos a brincar, correr. Outros dias estão mais quietos, pensativos e isso é o natural do ser!

Ninguém vai ser feliz 100% da vida, se você acha isso, SAIBA QUE NÃO!

Procure uma terapia (Raramente faço), atividades físicas (Também não pratico hehe) e uma vida saudável (Também não tenho).

Mas…

Uma medicação certa (Venlafaxina fez eu esquecer do Rivotril) .

Não desista

Tomei diversos antidepressivos e sempre necessitei do Rivotril, era porque os medicamentos que eu tomava não eram os certos para mim. Quando encontrei o medicamento certo, não precisei mais dele.

E pense nos problemas causados no uso desses medicamentos!

  • Cardiovascular: dores no peito, arritmia e palpitações.
  • Gastrointestinal: gastrite, diarreia, náusea e prisão de ventre.
  • Respiratório: rinite, tosse bronquite, respiração ofegante, congestão nasal e dispneia.
  • Dermatológico: erupções na pele, queda de cabelo e inchaços.
  • Neurológico: vertigem, sonolência, letargia, fadiga, enxaqueca, e coordenação motora prejudicada.
  • Além de sintomas de abstinências na interrupção abrupta do medicamento e um quadro de depressão ao longo do tempo.

Na medida em que se usa de forma indiscriminada, criam-se viciados. E viciados deixam de lado a razão, quando ela deveria ser o guia principal. Toda substância sintética, teoricamente, é um corpo estranho em nosso organismo. É uma substância agindo sobre seu corpo, como se você fosse um boneco manipulado.

E o que precisarem, estou aqui! Liga nóiz.

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Aqui falo um pouco sobre minha nada mole vida depressiva. Sinta-se a vontade.