Esteja pronto para a guerra! Prepare seu time para um MVP.
O início de um novo projeto é sempre difícil, tanto pela troca de contexto do time quanto em relação ao planejamento do projeto em si. Mais complicado ainda é o início de um MVP!
MVP (Minimum Viable Product) é um produto mínimo que exige pouco esforço e poucos recursos. É usado geralmente para validar ideias, hipóteses ou como ponto de partida para um novo projeto.
MVP não significa que o produto não vá evoluir, muito pelo contrário! O MVP consiste em várias iterações guiadas pelos resultados das iterações passadas, ou seja, a cada nova iteração o MVP vai ficando mais robusto e elaborado.
Durante o desenvolvimento do MVP você pode ir validando seu produto e testando novas hipóteses, ajustando seu produto quando necessário.
A imagem a seguir apresenta a ideia do MVP:
Os principais problemas e complicações no início de um MVP normalmente são:
- escopo não está bem definido;
- dúvidas quanto aos objetivos do projeto;
- dificuldade na priorização das funcionalidades;
- pouco entendimento do produto pelo time.
Paulo Caroli, autor do livro “Direto ao ponto”, apresenta uma ótima metodologia para ser aplicada justamente nesse cenário. A inception enxuta!
Ela consiste em uma semana de planejamento, onde a equipe vai entender os objetivos do produto, os principais usuários, e o escopo funcional de alto nível tal que a duração do projeto possa ser estimada e uma estratégia de lançamento incremental de MVPs possa ser identificada.
Durante a Inception, são realizadas dinâmicas para definir objetivos, estratégias e definição do produto, além de mapear e priorizar funcionalidades que constroem o MVP.
Segundo Caroli, o principal objetivo do workshop é fazer com que a equipe descubra e compreenda coletivamente o que vai ser desenvolvido. No final dessas atividades, o time deverá estar mais entrosado e com uma visão mais clara do caminho a seguir.
Os passos para se realizar a inception são:
Descrever a visão do produto
Definir o escopo do projeto, a sua identidade. Especificar o que ele faz. Escrever os objetivos a serem alcançados.
Priorizar os objetivos do produto
Realizar a priorização dos objetivos do projeto, geralmente por geração de valor para o negócio.
Descrever os principais usuários, seus perfis e suas necessidades
Criar personas, entender quem é seu público alvo e como seria a interação dos usuários com seu sistema.
Entender as principais funcionalidades do produto
Definir as funcionalidades a serem desenvolvidas para se alcançar os objetivos. Não sendo necessário o levantamento de funcionalidades para todas os objetivos, somente para os mais prioritários que serão trabalhos primeiro.
Compreender os níveis de incerteza, esforço e valor de negócio por funcionalidade
Criar métricas de incerteza, esforço e valor para mais tarde serem aplicadas nas funcionalidades.
Descreva as jornadas mais importantes dos usuários
Criar jornadas de usuários, com base em uma ou duas personas levantadas, descrevendo o cenário em que aquele determinado usuário usaria seu produto e o que ele espera dele.
Criar um plano de entrega incremental do produto
Definir um plano para entrega continua de valor.
Estimar esforço, incerteza e valor de negócio
Atribuir incerteza, esforço e valor às funcionalidades.
Calcular custos e especificar datas e cronogramas de entrega
Levantar custos para as primeira entregas e estipular prazos.
Em seu livro, Caroli apresenta várias dinâmicas para serem realizadas em cada um desses passos. No final da inception, o time conhecerá bem o projeto, ele terá tomado forma e já existirá um plano pronto de desenvolvimento das primeiras entregas.
Essa “receita” não precisa ser necessariamente seguida a risca, você pode (e deve) ajustá-la à sua realidade tentando tirar o maior proveito dela.
Depois disso só resta começar o desenvolvimento!
Lembre-se, observe sempre como o mercado e usuários reagem ao seu produto, use os dados coletados para planejar sua próxima entrega.