Bayern e Mineirão: o mundial que os bávaros ganharam no Brasil

Stéphanie Freitas
bayernmunchenbr
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4 min readSep 5, 2019

No Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, Bayern de Munique conquistava o seu segundo título do Mundial de Clubes em cima do Cruzeiro dentro do estádio lotado.

Em 21 de dezembro de 1976, o Bayern de Munique encarava o campeão da Libertadores, Cruzeiro, pela final do Mundial de Clubes. O time celeste havia chegado à sua primeira final do Mundial após vencer o River Plate no terceiro jogo por 3x2.

Na época a final disputada em duas partidas, acabando em 2x0 no placar agregado para o time da Baviera. Uma vez que o Bayern fez os dois gols na primeira partida, disputada Olympiastadion em Munique. Gols de Gerd Müller e Jupp Kapellmann, aos 80 e 82 minutos de jogo.

Elenco do Bayern em 1976

Um fato curioso desse confronto em Munique foi que o goleiro alemão, Sepp Maier, mandou diretamente para Raul Plassmann, goleiro do cruzeiro, um par de luvas para neve, já que imaginava que o cruzeirense não tinha luvas especiais para esse tipo de tempo.

Já no gigante da Pampulha, o jogo foi mais parelho e equilibrado, terminando empatado e dando o título para os alemães. O time celeste que contava com nomes como Raul, Nelinho, Ozires e Palhinha não conseguiu avançar, uma vez que Sepp Maier tomou conta do gol e impediu que o Cruzeiro conseguisse abrir o placar.

Naquela época, o Bayern possuía a base da seleção alemã, que havia sido campeã mundial em 1974. Além de Sepp Maier, o Bayern contava com nomes como Gerd Müller, Franz Beckenbauer e Karl Heinz Rummenigge, jogadores que deixaram seus nomes marcados na história do Mineirão.

Elenco Cruzeiro em 1976

Contra o Cruzeiro, tudo bem

O Bayern, que havia sido campeão europeu nos anos de 1973/74, se recusou a disputar a final do Mundial contra o Club Atletico Independiente, da Argentina, na época. Devido às ondas de violência por conta da torcida do time argentino, os bávaros se recusaram a vir para a América do Sul. Para que a final ocorresse o Atlético de Madrid, vice-campeão da Copa Européia de Clubes, antiga Champions League, viajou para realizar a disputa.

Já no de 1974/75, uma nova final contra o time argentino Independiente se formou. O Bayern também não disputou a final, alegando não haver compatibilidade datas para a realização dos jogos. Ao contrário do que havia acontecido no ano anterior, onde o vice havia sido chamado para jogar, uma final não aconteceu.

Campeão da Copa Europeia pela terceira vez consecutiva em 1975/76, dessa vez o Bayern aceitou vir para o Brasil disputar a final contra o Cruzeiro, após confirmarem que era seguro a realização da partida no Mineirão.

Então, finalmente, pudemos ver o gigante da Baviera jogar na América do Sul em um confronto que apesar de não ter tido gols, ficou marcado na história não só do Mineirão, como do Bayern também.

Ao saber que a final do Mundial seria disputada contra o Bayern e os atuais campeões mundiais, a torcida mineira encheu a casa. No jogo de volta, o Mineirão recebeu um público pagante de 113.715. O Cruzeiro fez uma grande partida em casa, mostrando aos alemães que no Mineirão eles que mandavam. Além de não permitirem que o Bayern marcasse um gol no Gigante da Pampulha, também fizeram o goleiro Sepp Maier trabalhar bastante.

Mesmo sem ter gols, o jogo marcou a história de Belo Horizonte e do Mineirão para sempre. Apesar de na época não existir tv a cabo ou internet para acompanhar times internacionais, como conseguimos fazer hoje, a ideia de receber o Bayern de Munique animou tanto os torcedores do Cruzeiro quanto o povo mineiro em si. A casa cheia é no dia do jogo e as diversas fotos no Museu do Mineirão são a prova disso.

Dados da partida

Primeiro jogo: Olympiastadion, Munique

Data: 23 de novembro de 1976

Placar: Bayern de Munique 2 x 0 Cruzeiro

Segundo jogo: Estádio Mineirão, Belo Horizonte

Data: 21 de dezembro de 1976

Placar: Cruzeiro 0 x 0 Bayern de Munique

Escalações

Bayern de Munique: Sepp Maier, Björn Andersson, Franz Beckenbauer, Hans-Georg Schwarzenbeck, Udo Horsmann, Bernd Dürnberger, Karl-Heinz Rummenigge, Conny Torstensson, Gerd Müller, Uli Hoeneß e Jupp Kapellmann

Cruzeiro: Raul, Nelinho, Moraes, Ozires, Vanderley, Piazza, Zé Carlos, Eduardo, Jairzinho, Palhinha e Joãozinho

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Stéphanie Freitas
bayernmunchenbr

31, mineira, publicitária, bávara e cruzeirense. Escrevo sobre o cotidiano e futebol.