Os ruídos do Bayern: como a má comunicação interna prejudicam o time da Baviera

Stéphanie Freitas
bayernmunchenbr
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4 min readApr 20, 2021

Não é de hoje que nós torcedores vemos notícias com ruídos dentro do Bayern de Munique ou reclamações de uma má comunicação interna por parte de alguns contratados do clube.

As últimas notícias envolvendo Hansi Flick e Hasan Salihamidžić são um exemplo de como isso tem prejudicado o time. Após o anúncio que o treinador, tão admirado pelos jogadores e pela torcida bávara, queria deixar o clube, uma chuva de críticas direcionadas a diretoria foi desembolada nas redes socias. Além disso, houve também um breve comentário bem curioso de Niko Kovač, ex-técnico do Bayern e atual técnico do Monaco. Ao Sport Bild ele disse o seguinte:

“Aqui em Mônaco, Paul Mitchell (diretor esportivo), o departamento de olheiros e eu estamos intimamente envolvidos nos planos de seleção. Conversamos sobre tudo. Acho que todo clube precisa disso. Todos nós sabemos como as coisas acontecem em Munique. É exatamente o oposto lá”

Essa declaração deixou a torcida ainda mais em polvorosa. Isso porque temos mais um técnico afirmando a dificuldade em trabalhar com o Brazzo.

Segundo fontes, as quais eu não afirmo serem confiáveis, Flick teria dito à diretoria que queria sair do time por outros motivos além da oferta de comandar a seleção alemã. O principal deles? Hasan Salihamidžić.

Não é nada desconhecido para nós que o clima entre técnico e diretor de futebol era pouco ameno. Flick solicitava uma coisa, Brazzo entregava outra do jeito dele. O diretor de esportes não dava lá muito ouvidos ao técnico e, até mesmo, tinha algumas posturas erradas com alguns jogadores.

Um desses casos é o de Boateng, onde Brazzo supostamente foi contra desejos da própria diretoria e informou a mídia que eles não iriam renovar o contrato com o zagueiro. Isso no dia do primeiro jogo das quartas de final da Champions League contra o Paris Saint-Germain.

As reclamações sobre a comunicação interna

No entanto, a comunicação interna do Bayern não incomoda só no time profissional. Outro nome que também reclamou da forma como o clube se comunica foi Miroslav Klose. De acordo com o BILD, Klose afirma que:

“O que realmente me faz considerar (meu futuro) é como as pessoas estão se comunicando aqui”.

Clube dos Tretados com o Brazzo Anônimos

Além disso, Klose e Salihamidžić teriam uma relação tensa, uma vez que o diretor quis transferi-lo para outra equipe júnior, ao contrario do que o ex-atacante queria.

Mais uma vez, vemos um nome em comum no meio de tantas reclamações.

Outro ponto que mostra como a comunicação interna do Bayern é péssima, é a forma como as decisões são tomadas. Em alguns casos, desconsideram opiniões técnicas valiosas e seguem de acordo com achismos.

Em uma pesquisa encabeçada por mim e de cunho puramente curioso, decidi olhar as avaliações no Glassdoor, uma plataforma de avaliação de empresas, de outros funcionários do Bayern sobre como é trabalhar lá.

Com avaliação de 3,4 estrelas, algumas avaliações chamam a atenção por conterem uma estrela e, até mesmo, não recomendando ninguém a trabalhar lá. A que mais me chamou atenção falava que os contras da empresa eram a atmosfera e a comunicação. E essa crítica veio de um estagiário.

O que significa que os problemas de comunicação não se restringem apenas ao campo de futebol.

O denominador negativo comum

Como disse aqui no texto, a relações de alguns técnicos com Hasan Salihamidžić tem sido o principal ponto negativo na experiência com o time. Os relatos de não ser fácil ou, até mesmo, possível trabalhar com o Brazzo são comuns.

Está claro que a diretoria precisa parar de se omitir nesses casos tão complicados e dar um basta nessa situação. A torcida sente o incômodo que isso causa e a tensão entre funcionários precisa ser apaziguada.

Por falar em torcida, foi realizada uma pesquisa onde a imensa maioria dos torcedores responderam que preferem que Flick continue e Brazzo saia. Afinal, aliado o desempenho no mínimo fraco do diretor, o trabalho exemplar do técnico de pegar um time em frangalhos e torná-lo campeão de tudo é extremamente marcante.

Pode não ter dívida, mas o que tem de burburinho…

Sabemos que o Bayern é um time que não possui dívidas. Sabemos também que o time é extremamente pão-duro, raramente fazendo contratações de preços exorbitantes ou fazem um número maior de contratações. No entanto, o que o time não tem de dívidas, tem de radio peão e burburinho na mídia.

Sempre um funcionário reclama de algo, sempre tem algum problema da diretoria, sempre um rumor é vazado para a imprensa, sempre tem algum bafafá acontecendo, etc. Essa péssima comunicação interna e excessos de burburinhos são um prato cheio para a mídia criar as mais diferentes e mirabolantes teorias.

Como eu disse acima, o Bayern precisa resolver urgentemente essa questão entre técnicos e Brazzo. Está claro qual é o problema e este tem que ser corrigido. Pra ontem! Já perdemos Flick e não podemos correr o risco de perder mais um grande técnico, seja quem for.

Do terceirão pra vida! — “Qualquer coisa, reclama com a direçawn”

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Stéphanie Freitas
bayernmunchenbr

31, mineira, publicitária, bávara e cruzeirense. Escrevo sobre o cotidiano e futebol.