Dirty Martini

Renata Kotscho
Bebendo a morta
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2 min readMar 9, 2020

“shaken, not stirred”

Bond, James Bond. Os clichês não se tornam clichês porque são ruins, concordam? O mesmo vale para coquetéis clássicos. Quando eu penso em drink, a primeira imagem que me vem à mente é a do Pierce Brosnan (o meu Bond preferido, me julguem) com um Dirty Martini na mão. É o clássico dos clássicos.

Saudades daquela época de ouro do cinema, antes dos serviços de streaming dominarem tudo. Agora todo mundo só quer ver Netflix (and chill). E então que o Martin Scorcese decide juntar um grupo de veteranos e rodar um filme que eu sinto que já vi e ainda banca o bedel de telespectador e diz que não se deve assistir a obra prima no celular. Teve gente que foi além e decretou que não se podia nem parar o filme para ir ao banheiro. Que preguiça! Mas por devoção ao cinema eu vou cumprir o dever cívico de tentar assistir “O Irlandês” no final de semana. Confesso que as apostas em eu ficar acordada estão pagando 30:1.

Até porque sabem de uma coisa? Esses vozinhos talentosos deveriam estar fazendo coisa nova, diferente e não repetindo os mesmos papéis. Musa mesmo é a Jane Fonda, que cada ano inventa uma moda. Em 2019 a diva resolveu imitar a pirralha Greta Thunberg e ser presa toda sexta-feira em frente ao Capitólio. Elegantérrima de casaco vermelho, trazendo sempre um convidado interessante a tiracolo. Terceira idade goals é issoaê.

Jane também está maravilhosa e hilária na série Grace and Frankie, vivendo uma setentona gata, que só ela poderia fazer, abandonada pelo marido depois de 40 anos de casamento ao sair do armário e trocá-la pelo sócio. Esse é o tipo de filme que é o antídoto para essa “Nova Era” cafona que paira sobre nós. Grace é outra chegada em um dirty martini, só que a base de vodka. Estou com ela nisso também 🙂

Cheers!

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Renata Kotscho
Bebendo a morta

Médica formada pela UNICAMP, especializada em Medicina Estética pela American Board of Aesthetic Medicine