Man’O War
“Caro amico ti scrivo, asi me distraio um poco”,
(ou não seria, “meu caro amigo não pretendo provocar, nem atiçar suas saudades”:?)
O fato é que o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui, na Itália, ou aí… tá preta. Mas é a vida, fazer o quê? Então “a gente vai levando de teimoso de pirraça”, ainda bem que tem a cachaça.
E eu que pensei que 2020 seria um ano bom. Eu e a torcida do Flamengo, tolinhos. Achamos que dava para jogar de igual para igual com o destino.
A coisa aqui tá tão preta que eu resgatei um livro para reler chamado “Em busca de sentido” do psiquiatra Viktor E. Frankle, um judeu que sobreviveu aos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial. Recomendo para quem estiver sentindo as esperanças se esvaindo.
E se por um lado eu sei que se não dá para comparar a minha situação de militante de sofá, regada a vinho rosé e paté de campagne, com os horrores do nazismo; também não dá para descartar que Trump e Bolsonaro tem a chance de chegar no inferno e dizer para genocidas como Hitler ou Stalin “Hold my beer and watch this”. Triste demais.
Mas tempo, tempo, tempo…sobra para mim ser parte da irreverente trupe de violinistas nesse Titanic, onde pouco posso fazer além de tentar trazer alguma alegria “que a gente vai cavando só de birra, só de sarro” afinal “ninguém segura esse rojão” (ou melhor, essa trolha, para os íntimos).
E nessa “a gente tá engolindo cada sapo no caminho, e a gente vai se amando que, também, sem um carinho”
Mas como eu sou muito, muito otimista, proponho a vocês um brinde ao l’anno que verá: 2021. Porque nesse 2020 eu estou igual criança em viagem de carro “ainda falta muito?” ou, usando meme vintage “já acabou, Jéssica?”
Para esses tempos belicosos, eu proponho um drink chamado Man’O War, com tudo de bom que tinha por aqui no confinamento. Duas doses de uísque, uma dose de cointreau, meia dose de vermouth doce e suco de meio limão.
Cheers, heróis!