Whisky em uma xícara de chá

Renata Kotscho
Bebendo a morta
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3 min readOct 16, 2020

Atendendo a pedidos, esta semana vou contar uma “história com final feliz”. Vocês tem razão, estamos mesmo precisando de uma crônica mais leve e menos trágica.

Laura Jeanne Reese Witherspoon não tem medo de ser mulherzinha. Nascida em New Orleans, onde o pai estudava medicina e a mãe enfermagem, mudou-se ainda menina para Nashville, no Tennessee onde passou a infância e a adolescência.

Até hoje por onde anda leva a feminilidade e a força da mulher caipira (no melhor sentido da palavra).

Desde de pequena apaixonada por ficção, a menina com rosto de boneca lia muitos livros e atuava em peças da cidade e em comerciais de TV. Aluna dedicada, foi aceita pela Universidade de Stanford onde começou a estudar literatura.

Mas com cada vez com mais convites para atuar em Hollywood, a jovem Reese largou a prestigiosa universidade e foi seguir a carreira de atriz profissional. Para desespero de sua mãe, que sonhava em ver a filha médica. De preferência cirurgiã plástica

Os papéis que Reese interpretou no cinema, e também na vida real, acabam confundindo-se um pouco com a sua biografia e também com a de muitas mulheres de sua geração (como eu, rs).

Da menina tonta que leva um nocaute épico em Cruel Intentions, passando pela jovem apaixonada que corre atrás do impossível profissional (e …consegue!!) em Legally Blonde. (Elle Woods é a personagem preferida da minha caçula, “OMG, I love her, Mom!”)

O Oscar veio anos 29 anos, interpretando a mulher de alguém, Jude Carter, esposa de Johnny Cash.

Seu mais recente papel de destaque foi Madeleine, em Big Little Lies, uma desperate housewife e mãe no Vale do Silício.(quem nunca? hahaha)

Em Big Little Lies, Reese faz também o papel também de executiva. Sua empresa, a Hello Sunshine é uma das produtoras série.

Big Little Lies não foi o primeiro empreendimento de Reese como produtora. Ela já tinha atingido outros sucessos comerciais com os filmes Gone Girl e Wild (que lhe rendeu também uma indicação para o Oscar de melhor atriz).

O foco de sua produtora são roteiros escritos por mulheres e/ou com protagonistas femininas fortes que visam atender uma demanda por mais representatividade feminina no mercado cinematográfico.

Reese diz que segue um conselho da sua mãe, que como enfermeira chegou ao título de pHD (e era doutora de verdade) “se você quer ter certeza que alguma coisa será feita, querida, faça você mesma”.

E o que Reese queria era produzir filmes sobre mulheres poderosas, que planejam, tramam, e não apenas perguntam aos homens “o que nós vamos fazer agora?”…e ainda ganhar dinheiro com essas produções.

Conseguiu as duas coisas.

Multitalentosa, a empresária Reese também tem uma grife de roupas só com looks ultra românticos, confortáveis e práticos. Usaria quase todos.

Um dos projetos mais adoráveis da ex-estudante de literatura é seu livro: Whiskey in a Teacup, onde Reese dá dicas sobre como receber de maneira calorosa como as mulheres sulistas, passa a receita da limonada da avó, ensina a enrolar os cabelos com bobes e divulga a sua deliciosa lista de músicas country.

Uma fofa que sabe viver e ganhar dinheiro. Para ela “Ambição não é uma palavra suja, é acreditar em você”.

Para brindar essa meiguice toda, um Tennessee Gold Cocktail, da terra onde a nossa musa cresceu. Duas doses de Jack Daniel’s, uma colher de mel, suco de meio limão, gelo e casca de lim˜ão. Eu servi num copo de whisky, mas quem quiser pode fazer o tipo ~meiga do zoom~ e servir em uma xícara de chá.

Cheers!

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Renata Kotscho
Bebendo a morta

Médica formada pela UNICAMP, especializada em Medicina Estética pela American Board of Aesthetic Medicine