Cultura Ágil e como aplicamos essa metodologia na BeeTech

E alguns resultados

BeeTech
beetech.global
7 min readNov 27, 2019

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Você pode se considerar com sorte (e muita) se nunca passou por um local em suas experiências profissionais onde não presenciou retrabalho, demandas surgindo sem parar e mudanças de escopo, sem saber ao fundo o motivo de todas elas.

O objetivo da cultura ágil é exatamente acabar com isso, não só evitar o retrabalho, mas sim trazer uma visão geral para todos do que está acontecendo, suas responsabilidades e como entregar valor, e não apenas entregar algo que foi solicitado.

Nesse artigo, entrevistamos o Rafael Canan e o Abner Maioralli, nossos Agile Masters, para falarem um pouco sobre como implementaram o Método Ágil, o que é de fato seu papel e alguns dos resultados obtidos aqui na BeeTech.

O que é a agilidade dentro de uma empresa?

Segundo nosso agilista Rafael Canan, conseguimos resumir o significado de agilidade em uma frase:

Entregar mais valor no menor tempo possível.

Rafael Canan, Agile Master

Para atingir este objetivo, aproveitamos a flexibilidade que as metodologias ágeis nos proporcionam, levando em consideração o contexto e o momento em que a empresa se encontra para adaptar o framework a nossa necessidade.

Tendo em vista que era essencial fazer com que os times passassem a ter uma melhor visão do produto, de qual impacto estávamos buscando gerar no usuário final e o impacto que buscávamos nas demais áreas da empresa, implantar a cultura ágil na Bee nos geraram alguns desafios.

Segundo solução proposta pelos agilistas, foi preciso construir um mindset nos times com o objetivo de enxergarem o valor que será entregue, tanto para o usuário final quanto para a empresa, e não apenas como uma nova metodologia para gerenciar tarefas e aumentar a capacidade de desenvolvimento.

Pilares da Cultura ágil

Em Fevereiro de 2001 foi realizada uma convenção no estado de Utah, onde dezessete especialistas no cenário de desenvolvimento de software se reuniram e criaram o chamado Manifesto Ágil, que é um compilado com 12 princípios, que foram considerados essenciais para se alcançar o Nirvana do método ágil.

Esses são os princípios que permeavam a metodologia, a base para uma aplicação com qualidade. Estamos falando porém, de um manifesto que foi idealizado a quase duas décadas atrás. Com as mudanças na forma de como as pessoas se comunicam, interagem entre si, trocam experiências e se relacionam, esses princípios foram revisitados e repensados.

Foi assim que surgiu a comunidade chamada Modern Agile, que buscou compilar os principais valores do Manifesto Ágil em 4 simples e sofisticados pilares:

4 pilares do Modern Agile

E não é atoa que os utilizamos, quase que literalmente, como pilares para a base dessa metodologia e como a aplicamos.

A cultura ágil tem também como objetivo mudar o mindset de gestão, tendo como foco dar mais autonomia para as equipes, para os colaboradores e mais liberdade para tomadas de decisão, sempre com base em métricas. Tudo isso com o objetivo de fazer com que os times adquiram mais visão estratégica, mudando o pensamento de áreas demandadas, adiantando oportunidades e evoluindo com pensamentos mais autônomos e orgânicos.

É importante na implementação dessa metodologia aumentar o senso de responsabilidade dentre as pessoas enquanto equipe, ou seja, cada integrante do time ter uma visão clara de suas obrigações e objetivos sem a necessidade de uma hierarquia, consequentemente fazendo com que todos tenham em mente o papel de todo o time.

Como foi implementado na BeeTech

Na BeeTech já existia essa ideia mesmo antes de entrar de fato nossos agilistas, e o nosso Co-Founder e responsável por Produto, Stefano Milo, foi quem mais impulsionou a ideia, ele enxergou essa necessidade de transformar a área de produto em uma área estratégica que adianta suas demandas e deixar de ser uma área demandada. Nesse levantamento veio a resposta:

Precisamos dar autonomia para o time.

Marcio William, responsável por Arquitetura e o Gustavo Sanchez-Palencia, responsável pela Engenharia, também foram fortes pilares para propagar essa ideia, de dar um foco mais estratégico e trazer mais essa autonomia para as pessoas.

Antes de ser de fato implementado essa cultura, a empresa já tinha essa pegada, os Product Owners já direcionavam os rituais de seus respectivos times, o que faltava principalmente era de fato a aplicação mais detalhada do ágil.

O objetivo foi de focar nos times de produto e tecnologia, e aplicar essa metodologia liberando os POs de muitas reuniões e alinhamentos, focando mais em um âmbito estratégico.

O papel do agilista

O principal papel de um agilista é ser um facilitador, tanto para a equipe quanto para a área que está demandando. No nosso caso, trabalhamos no entendimento do time que não é necessário um gestor, mostrar que a equipe pode e consegue ser auto-sustentável.

Para isso, aplicamos os pilares da cultura ágil gerando uma curva de aprendizado para acelerar a comunicação, a colaboração e ampliar a transparência entre a equipe.

Abner Maioralli, Agile Master

Dando um contexto, internamente na área de produto, temos o foco em dar mais visibilidade do que acontece no dia a dia dos times, trazendo métricas de performance das nossas equipes, sabendo assim o limite de trabalho entregável de cada uma delas, tendo em mente que cada time possui suas características.

Outro papel importante é de entender e retirar impeditivos, coisas que ocorrem no dia a dia que servem como obstáculos, como por exemplo:

Uma demanda precisa ser validada com um gestor, e um integrante do time não tem muita abertura com esse gestor, nosso papel é quebrar isso, facilitar essa comunicação, marcamos a uma reunião e atuamos mediando também a dinâmica.

Não foge das capacidades de um agilista também criar uma visão geral para todo o time, colocar todo mundo na mesma página, deixar claro como estamos andando e gerar consenso entre o time.

Modelos ágeis

Quando focamos nossos esforços para a implementação do ágil na Bee, pegamos alguns cases que nos ajudaram como base para aplicar a nossa própria metodologia.

Um case bem completo e de sucesso que utilizamos foi o do Spotify.

Vimos como eles estruturam os times em larga escala, como formavam guilds com esses times mantendo o foco no mesmo produto e como dividem as tarefas entre pessoas com skills semelhantes.

Framework Squad, Spotify

Como foi comentado anteriormente, essa cultura se molda de acordo com o cenário de cada empresa, então pegar essa metodologia usada pelo Spotify e simplesmente aplicar, não daria certo, iria na contra-mão do ágil: modelar a empresa em cima de uma cultura e não modelar a cultura para encaixar na empresa.

Obviamente como um case de sucesso, esse exemplo também se baseou nos pilares ágeis e foram ajustados de acordo com a empresa, a grosso modo, foi dessa forma que aplicamos também, pegamos os pilares e vimos como uma grande empresa aplicou e os resultados que chegaram.

Resultados

Estamos utilizando a cultura ágil de fato por volta de quatro meses, tendo como base o pontapé inicial, e já conseguimos ver grandes avanços.

Evoluímos algumas métricas, mas já conseguimos identificar apenas com o dia a dia o aumento de autonomia das pessoas, uma melhor comunicação entre as pessoas e entregas mais eficientes.

As nossas hives (times focados em serviços específicos da nossa plataforma) já estão bem enquadradas e atuando bem com essa metodologia, agora temos a ambição de transformar a BeeTech inteira numa empresa ágil, começar a aplicar em demais áreas e chegar no nível de englobar todos os departamentos. A comunicação interna em cada hive já está bem eficiente, para atingirmos esse objetivo, agora precisamos escalar para a comunicação entre essas hives.

Dentre as nossas métricas, temos um documento no qual alimentamos com a evolução dos times, o que foi entregue, número de entregas e com isso já comprovamos o avanço que já tivemos nesses 4 meses. Um ponto que também nos mostrou uma melhora, foi na evolução de entregas das nossas sprints, vendo o resultado da primeira onde aplicamos a cultura ágil e as que vieram em seguida, o que mostra esse avanço e ainda temos documentado de fato métricas estabelecidas para alinharmos resultados.

Tivemos bons resultados no decorrer desse período que compartilhamos nesse texto, conseguimos ver constante desenvolvimento e nossos agilistas já estão focados em como melhorar, entregar ainda mais valor e os próximos passos. Vai exigir bastante aprendizado e experimentação, mas estamos confiantes que em 2020 poderemos chamar a BeeTech de uma empresa ágil.

E nossa hive não para de crescer, venha fazer parte dessa trajetória e confira nossos planos de carreira

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