Aumento de produtividade: como nosso relógio interno e as jornadas de trabalho impactam nisso?

Bemind
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4 min readMar 30, 2017
Fonte imagem: Sales Pro

Produtividade é algo que todos buscamos maximizar. Queremos executar mais tarefas, com mais agilidade e no menor tempo possível. Mas você já pensou que para produzir melhor, pode ser preciso produzir menos e no horário certo?

Veja, no post de hoje, qual é a relação entre relógio interno e o aumento de produtividade e confira dicas sobre como a jornada de trabalho pode ser flexibilizada em favor da produtividade e da geração de melhores resultados para o seu negócio. Vamos lá?

A relação entre relógio interno e produtividade

Nosso ritmo diário é coordenado por uma espécie de relógio biológico. Chamado de ritmo circadiano, ele controla todas as nossas funções do corpo, regulando principalmente nossos ciclos de sono e vigília.

Quando, deliberadamente, tentamos tirar esse relógio de sincronia nossa produtividade fica prejudicada. Normalmente, nesses casos, temos dificuldade para dormir, enfrentamos estresse, fadiga e perda de concentração. Dessa forma, enganar nosso relógio interno é quase impossível e traz consequências indesejadas.

É o seu padrão de sono que irá determinar o cronotipo de pessoa que você pertence. Existem aquelas pessoas que são “como galos”, dormem cedo e acordam já nos primeiros raios de sol, tendo sua máxima energia ao meio-dia.

Também existem as do “tipo coruja”, que tendem a ficar acordadas até mais tarde, têm dificuldades para levantar pela manhã e experimentam um aumento de produtividade no meio da tarde.

Há ainda aquelas pessoas com seus próprios cronotipos, com horários distintos de picos de energia, e isto é absolutamente normal. Cada um tem seu próprio ritmo biológico.

A anormalidade ocorre quando tentamos realizar tarefas em horários nos quais não temos tanta energia. Quando não respeitamos nosso ritmo circadiano, submetemos nosso organismo a um esforço excessivo, afetando diretamente nossa qualidade de vida e a nossa produtividade.

Relação entre jornada de trabalho e aumento de produtividade

Com foco na produtividade, muitas empresas inovadoras têm apostado na extinção dos empregos de tempo integral para serem substituídos por trabalhos de jornada parcial. Larry Page, fundador e presidente do Google, é da opinião de que o expediente de trabalho de oito horas diárias é um conceito ultrapassado.

Além do ambiente descontraído e informal, o Google é famoso por conceder benefícios diferenciados para promover o bem-estar e o engajamento de seus funcionários. Entre eles está uma rotina de trabalho com horário flexível.

Se você tem dúvidas se isso traz resultado e aumento de produtividade, saiba que, de acordo com uma pesquisa, os funcionários do Google chegam a ser 40% mais produtivos do que os de outras companhias.

A Suécia foi notícia ao adotar turnos de 6 horas de trabalho na maior parte do país. Segundo a Toyota, que tem turnos reduzidos há 10 anos, os funcionários estão mais felizes, há menos gente deixando a empresa e houve aumento nos lucros.

Um asilo, também na Suécia, diz que sua equipe se mostrou 20% mais feliz e com mais energia no trabalho e no tempo livre, simplesmente ao reduzir 2 horas de suas jornadas diárias.

Em uma pesquisa, a Workfront, empresa de software americana, descobriu que seus funcionários se mantêm produtivos em apenas 39% do expediente de trabalho. E não pense que isso é resultado da internet.

Um estudo da National Bureau of Economic Research, indicou que navegar na internet só causa algo em torno de 30 e 60 minutos de interrupção na jornada de trabalho. Muito da produtividade é perdida por distrações da própria rotina de trabalho, como reuniões, telefonemas ou checagem de e-mail. Estima-se que uma empresa média perca 25% de sua capacidade produtiva em função de burocracias criadas pela própria organização.

A importância do home office

Em um cenário em que as empresas começam a adotar jornadas com horários flexíveis, o home office se torna uma tendência de trabalho irreversível.

Com o avanço das tecnologias de comunicação, as atividades presenciais começam a ser substituídas pelas virtuais. O foco acaba sendo no trabalho por produção, em alcançar metas e objetivos, independentemente do horário que a pessoa irá trabalhar. É o fim do modelo de trabalho em que o funcionário deve cumprir horas de trabalho preestabelecidas, sendo elas produtivas ou ociosas.

Trabalhar remotamente, pode ser muito mais sadio para a pessoa definir a sua própria rotina de trabalho, para que suas demandas sejam realizadas de acordo com o seu próprio relógio biológico, aproveitando sempre os seus picos de energia diários.

No Vale do Silício, o maior centro e incubadora de startups do mundo, o percentual de funcionários remotos chega a 45%.

Desde 2011, a legislação trabalhista deixou de ser um entrave à prática do home office. Estima-se que 12 milhões de brasileiros trabalham em casa. Isso faz do Brasil o terceiro país do mundo que mais trabalha remotamente.

O resultado disso é mais produtividade no trabalho, menos trânsito nas grandes cidades e, principalmente, profissionais mais felizes, podendo administrar seu ritmo circadiano da melhor forma e conveniência possível.

Como anda a produtividade na sua empresa? Sua organização já pensou em experimentar as jornadas de trabalho flexíveis para gerar aumento de produtividade? Possui algum funcionário em home office? Compartilhe suas experiências nos comentários!

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